Hungria aprova saída do Tribunal Penal Internacional, e Israel celebra decisão como defesa de seus direitos, segundo o ministro das Relações Exteriores.



Na última terça-feira, Israel manifestou apoio à recente decisão do Parlamento da Hungria, que votou a favor da retirada do país do Tribunal Penal Internacional (TPI). O ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, elogiou a votação, que culminou em 134 votos a favor, 37 contra e sete abstenções. Em suas redes sociais, Saar destacou a importância da medida, afirmando que o TPI perdeu sua credibilidade moral ao desconsiderar o direito de Israel à autodefesa, um argumento frequentemente utilizado por Tel Aviv para justificar suas ações em conflitos.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, também se posicionou sobre a questão, ressaltando que a decisão de deixar o TPI reflete uma mudança de natureza no tribunal, que, segundo ele, passou de uma postura de imparcialidade para uma abordagem claramente politizada. Orbán fez essas declarações em abril de um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Budapeste, onde a parceria entre os dois países foi discutida com ênfase.

Essa decisão ocorre em um contexto delicado: em novembro de 2024, o TPI havia emitido mandados de prisão para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, acusando-os de crimes de guerra relacionados a operações em Gaza. A tentativa de Israel de contestar a jurisdição do tribunal foi rejeitada pela Câmara de Pré-Julgamento, gerando um clima de tensão entre o governo israelense e a instituição internacional. Diante da recusa do TPI em reconhecer seus argumentos, Israel tem explorado alternativas para se afastar de instâncias que considera hostis.

A saída da Hungria do TPI representa mais um capítulo nas crescentes tensões entre o governo de Netanyahu e o tribunal, que tem sido frequentemente criticado por diversas nações. Ao mesmo tempo, reafirma os vínculos entre Israel e a Hungria, que busca se distanciar de normas internacionais que são vistas, por seus líderes, como interferências nas decisões soberanas do país. Com essa adesão, a Hungria se coloca cada vez mais em uma linha que privilegia relações bilaterais em detrimento de obrigações internacionais, refletindo uma tendência crescente em várias nações.

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