Hakamada foi condenado pelos assassinatos do gerente de uma empresa e três familiares da vítima, além de ter sido considerado culpado por atear fogo em sua casa. Essa condenação o levou a passar 48 anos atrás das grades, sendo 45 deles no corredor da morte, tornando-o o homem que mais tempo ficou condenado à morte no mundo, de acordo com a Anistia Internacional.
O ex-boxeador foi sentenciado à morte em 1968, mas graças a recursos e um novo processo de julgamento, não foi executado. A lentidão do sistema de justiça criminal japonês, onde os promotores possuem uma taxa de condenação de 99%, contribuiu para que Hakamada aguardasse tanto tempo por justiça.
A absolvição de Hakamada o torna o quinto condenado à morte no pós-guerra a ser considerado inocente em um novo julgamento. O juiz responsável pelo caso declarou que foram encontradas múltiplas fabricações de evidências para incriminar o ex-boxeador, o que levou à sua absolvição.
Após uma longa batalha jurídica que durou 58 anos, a irmã de Hakamada, Hideko Hakamada, de 91 anos, pôde enfim comemorar a vitória no tribunal. A emoção tomou conta do ambiente, com aplausos e buquês de flores em homenagem ao ex-boxeador.
A defesa de Hakamada lutou incansavelmente por 27 anos até que a solicitação por um novo julgamento fosse atendida. Somente em 2014 ele foi libertado, e agora, em 2023, o tribunal finalmente reconheceu sua inocência, encerrando um capítulo sombrio em sua vida. Esta decisão representa não apenas a justiça sendo feita, mas também a resiliência de um homem que enfrentou décadas de injustiça.