Hipertensão arterial no Brasil: baixa adesão ao tratamento coloca população em risco de doenças cardiovasculares, alerta OMS.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão arterial é responsável por cerca de 54% das 380 mil mortes por doenças cardiovasculares registradas anualmente no Brasil. Apesar de existir um tratamento eficaz e gratuito disponível na rede pública, muitos pacientes desconhecem o diagnóstico e há uma baixa adesão às terapias, o que resulta em um alto número de pessoas suscetíveis às complicações da pressão alta, como AVC e infarto.

De acordo com a OMS, metade de todos os adultos no Brasil possui hipertensão, porém apenas 1 a cada 3 adere corretamente ao tratamento e consegue controlar a pressão. A relevância desse cenário será abordada no próximo Encontros O GLOBO, um evento que reunirá especialistas no auditório da Editora Globo, no Rio de Janeiro, no dia 31 de julho. O evento terá duas mesas de discussão sobre o caráter silencioso da doença e a importância do engajamento dos pacientes em seu próprio cuidado.

Entre os participantes do evento estão a presidente do Conselho Administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Andrea Brandão, a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, o subsecretário de Atenção Primária, Promoção e Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro, Renato Cony, a diretora de cardiologia da Rede D’Or, Olga Ferreira de Souza, a diretora de Prevenção Cardiovascular da Socerj, Erika Campana, e o professor de Educação Física e colunista do GLOBO, Marcio Atalla. O evento é curadoriado por Cláudio Domênico, doutor em Cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e terá mediação da editora de Saúde, Adriana Dias Lopes.

Segundo Andrea Brandão, o principal desafio no combate à hipertensão é aumentar o número de pacientes comprometidos com o tratamento, que vai desde mudanças nos hábitos de vida até o uso correto de medicamentos indicados pelo médico. Ela destaca que a pressão alta está presente em cerca de 80% dos casos de AVC e 60% dos casos de infarto, ressaltando a importância de priorizar o tratamento da doença.

O uso de aplicativos como apoio ao tratamento será uma das apostas discutidas no evento. O Elfie, por exemplo, é uma plataforma chancelada pela SBC que permite ao usuário registrar medidas como pressão, peso e altura, além de programar notificações para lembrar a hora de tomar medicamentos. A cada ação registrada no aplicativo, o usuário acumula pontos que podem ser trocados por benefícios, como descontos em lojas e farmácias. O Elfie também conta com a assistente virtual Emma, que tira dúvidas dos pacientes.

Além disso, os especialistas destacam a importância de conscientizar as pessoas sobre a hipertensão arterial, já que a doença muitas vezes não apresenta sintomas. É recomendado que a pressão seja medida pelo menos uma vez por ano a partir dos três anos de idade. Cláudio Domênico explica que, embora a hipertensão possa ter origem genética ou estar relacionada a fatores ambientais, a maioria dos casos é causada por hábitos nocivos, como sedentarismo, excesso de peso, tabagismo, consumo excessivo de álcool e má alimentação.

Portanto, é fundamental que a população esteja ciente dos riscos da pressão alta e busque o tratamento adequado, além de adotar um estilo de vida saudável. Os avanços tecnológicos, como aplicativos de saúde, podem ser aliados nesse processo, incentivando e facilitando o cuidado com a hipertensão arterial.

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