O anúncio do acordo foi recebido com ceticismo por analistas de mercado, que destacaram o montante considerável pago, representando metade do valor de mercado da HPE na Bolsa hoje. No entanto, a HPE está apostando em uma nova frente de negócios e em IA com a aquisição da Juniper.
Antonio Neri, CEO da HPE, afirmou que a tecnologia de redes será o novo núcleo da empresa e que essa linha de negócios dobrará de tamanho assim que o negócio for concluído. A compra será financiada com empréstimos e tem previsão de ser concluída até o final deste ano ou no início de 2025.
Desde a cisão da Hewlett-Packard em duas unidades em 2015, a HPE tem se concentrado em expandir linhas de negócios lucrativas, como a venda de computação de alta potência e armazenamento remoto. No entanto, a empresa enfrenta dificuldades para crescer, com seus negócios avançando menos de 2% nos últimos anos.
A Juniper, assim como seu grande rival Cisco Systems Inc., fabrica dispositivos de rede, como roteadores e switches. A combinação HPE-Juniper perturbará a indústria, oferecendo uma opção muito mais moderna do que os clientes estavam procurando. A expectativa é que juntas as empresas se destaquem na construção de data centers e na execução de redes para operações habilitadas por IA.
O acordo marca a primeira grande transação de tecnologia de 2024, após um ano ruim para fusões e aquisições. Apesar disso, o anúncio da aquisição da Juniper levou as ações da HPE a fecharem em queda de 8,9% na terça-feira. Alguns analistas questionaram a possível aquisição, afirmando que a compra pela HPE de uma empresa de tecnologia mais antiga como a Juniper poderia complicar suas iniciativas de crescimento.
A incerteza em relação à aquisição e o impacto no desempenho financeiro da HPE são alguns dos pontos de atenção em relação à transação. A expectativa é que, até o fechamento do acordo, mais informações venham à tona para esclarecer essas dúvidas e riscos potenciais relacionados à operação.