De acordo com as declarações, as propostas atuais carecem de elementos essenciais para garantir a estabilidade e a segurança da população local. Por exemplo, o Hamas defende a necessidade de um cessar-fogo completo e permanente, que inclua a retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza, além do retorno dos deslocados e do levantamento do bloqueio imposto por Israel. Essa situação se agrava em um contexto onde as carências básicas dos palestinos – como alimentos, moradia, suprimentos médicos e infraestrutura – não são levadas em consideração nas discussões sobre qualquer possível troca de reféns.
Recentemente, o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi havia sugerido um cessar-fogo de dois dias para possibilitar a troca de quatro israelenses capturados por um número significativo de palestinos detidos. Contudo, essa proposta não foi aceita pelas autoridades do Hamas, que a consideraram insuficiente.
As negociações, que têm sido mediadas na capital do Catar, Doha, estão estagnadas há vários meses devido a desentendimentos entre o Hamas e o governo israelense. As tensões ressurgiram de forma acentuada após a eliminação, em outubro, do líder do Hamas, Yahya Sinwar, pelas Forças de Defesa de Israel, um evento que complicou ainda mais o cenário político.
Desde o início do conflito no Gaza, em outubro de 2023, as estatísticas mostram um alto custo humano. Cerca de 43 mil palestinos perderam a vida, e mais de 100 mil ficaram feridos. Do lado israelense, o ataque do Hamas resultou em aproximadamente 1,1 mil mortes e 5,5 mil feridos.
Essa conjuntura complexa continua a chamar a atenção da comunidade internacional, que busca maneiras de restaurar a paz na região e promover um diálogo que leve a soluções duradouras. A falta de consenso nas negociações, no entanto, revela o quanto o caminho para a paz ainda é desafiador e repleto de obstáculos.