Os encontros bilaterais com autoridades do Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU) foram vistos como uma oportunidade para explorar parcerias que vão além do comércio, abrangendo setores cruciais como defesa e tecnologia. Samuel Braun, professor de políticas públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, comentou sobre a relevância da região para o Brasil, enfatizando que a conexão com essas nações pode ser decisiva nas áreas de segurança energética e alimentos. O Oriente Médio detém uma ampla parte das reservas de petróleo e gás do mundo, o que demonstra a importância regional para o equilíbrio econômico global, ao mesmo tempo que o Brasil já é um exportador fundamental de produtos alimentícios para países árabes.
A expectativa é que a colaboração não se restrinja a linhas comerciais, mas também se expanda para acordos em setores estratégicos, como energia nuclear e tecnologia. O Brasil já tem um histórico de exportação de tecnologia de defesa e equipamentos militares, incluindo parcerias com os Emirados Árabes. No entanto, as relações com o Oriente Médio não só significam o aumento do comércio, mas também uma diversificação estratégica, permitindo um intercâmbio mais robusto.
Entretanto, essa busca por novas parcerias enfrenta desafios internos no Brasil, como um arcabouço fiscal que dificulta investimentos públicos em infraestrutura e defesa. Especialistas destacam que a falta de flexibilidade fiscal pode limitar a capacidade do país de manter compromissos de longo prazo, restringindo as possibilidades de colaboração com nações do Oriente Médio. Portanto, é fundamental que as iniciativas diplomáticas e comerciais sejam acompanhadas por uma revisão das normas fiscais, a fim de permitir um aproveitamento eficaz das oportunidades disponíveis. A potencial expansão das relações Brasil-Oriente Médio pode representar um avanço significativo, mas requer esforços coordenados para superar barreiras institucionais e financeiras.