O secretário-geral argumentou que a revisão do Conselho de Segurança é essencial para restaurar a legitimidade e a credibilidade do sistema global, que enfrenta uma série de desafios multifacetados como mudanças climáticas, crises humanitárias e conflitos armados, com destaque para a atual situação em Gaza. “Não é algo que se faz de um dia para o outro, mas é um pilar essencial para que o mundo seja mais justo”, afirmou Guterres. Ele também pediu uma reforma do sistema de Bretton Woods, estabelecido em 1944, a fim de assegurar que as economias emergentes ganhem mais voz nas decisões econômicas internacionais.
Os membros permanentes do Conselho de Segurança incluem China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, enquanto países não permanentes ocupam assentos sem poder de veto, o que ressalta a disparidade representativa. Essa questão torna-se ainda mais crítica em um contexto de crescente polarização e desafios globais que exigem uma governança mais inclusiva e representativa.
A agenda de Guterres para o G20 abrange uma variedade de temas urgentes, como inclusão social, combate à fome e à pobreza, e a necessidade de um cessar-fogo em Gaza. Ele também sublinhou a importância de atenção aos países mais vulneráveis, como as pequenas nações insulares que enfrentam os piores impactos das mudanças climáticas. O impacto da inteligência artificial na governança global e no desenvolvimento sustentável também foi destacado, com Guterres clamando por um reforço na colaboração entre os membros do G20 para avançar na Agenda 2030, que visa combater desigualdades e promover um desenvolvimento sustentável.
Além disso, o secretário-geral solicitou ações concretas para aliviar a dívida de países em desenvolvimento em relação a instituições como o Banco Mundial e o FMI. Com isso, Guterres reafirmou seu compromisso em facilitar o papel das economias emergentes nas discussões globais. Após o evento no Brasil, o secretário-geral se dirigirá a Baku, no Azerbaijão, onde participará da COP29, continuando sua luta pela agenda climática e soluções globais inclusivas.