Durante a sessão, Guterres destacou a importância de um diálogo contínuo entre as nações, mesmo em tempos de crise. Ele apresentou o memorando como um esforço significativo para enfrentar desafios globais, reiterando que a mediação e a colaboração internacional são essenciais para a paz e a segurança no mundo. Ao lembrar da Iniciativa do Mar Negro, que visava facilitar as exportações agrícolas, o secretário-geral enfatizou que a ONU deve atuar como um agente de diálogo ativo frente a tensões entre países.
Entretanto, a perspectiva russa sobre o acordo ainda é de insatisfação. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Vershinin, expressou descontentamento com a execução do memorando, alegando que a falta de progresso em áreas cruciais, como a exportação de amônia e a importação de peças para equipamentos agrícolas, foi exacerbada por uma “posição negativa” de países ocidentais. Essa crítica lança luz sobre os desafios que a ONU enfrenta ao tentar mediar paixões políticas profundas.
Guterres também fez um apelo aos membros permanentes do Conselho de Segurança, instando-os a superar diferenças políticas em nome do bem comum e a promover um espírito de colaboração. Ele argumentou que o organismo deveria evoluir para refletir as realidades geopolíticas contemporâneas, ao invés de se restringir a estruturas moldadas há quase um século.
A declaração de Guterres, feita em um contexto de crescente rivalidade entre potências, sinaliza a urgência de fortalecer a governança multilateral. Através da promoção do diálogo e do entendimento mútuo, a ONU busca, assim, tratar não apenas de crises imediatas, mas também de estabelecer as bases para um futuro mais cooperativo entre as nações.