As palavras de Guterres surgem em um contexto alarmante, onde o número de mortos em Gaza superou 70 mil, de acordo com informações de autoridades locais. Esse trágico saldo é resultado de um conflito que se intensificou após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 israelenses e a captura de 251 reféns. Guterres enfatizou a preocupante falta de consideração pelas vidas civis e pela devastação promovida, questionando a eficácia da estratégia israelense que tinha como objetivo principal aniquilar o Hamas.
A resposta do governo israelense foi rápida, com o embaixador Danny Danon acusando Guterres de utilizar seu cargo para desferir críticas a Israel. Danon lamentou que o secretário-geral não havia realizado uma visita oficial ao país desde os ataques de 2023, apesar de que a proibição de entrada para Guterres havia sido imposta pelo governo israelense meses antes.
A situação em Gaza é ainda mais complicada por uma trégua frágil que está em vigor desde 10 de outubro, mas que não impediu Israel de realizar ataques e demolições. O conflito continua a provocar uma intensa crise humanitária, com o fluxo de ajuda sendo obstado por restrições, e a ONU vem denunciando esses obstáculos há anos.
Além das críticas ao conflito em Gaza, Guterres também abordou a questão da guerra na Ucrânia, reconhecendo que as negociações pareciam estagnadas, mas elogiou os esforços dos Estados Unidos para buscar uma resolução que respeitasse os direitos internacionais. O secretário-geral reiterou a importância de manter os princípios da ONU, mesmo diante de cortes nos investimentos norte-americanos, que tiveram profundas consequências nas ações humanitárias globais.
Nesse cenário complexo e volátil, as declarações de Guterres ressaltam a necessidade urgente de uma abordagem mais humanitária e responsável no tratamento de conflitos, priorizando sempre a vida das pessoas.









