O canal de Suez, inaugurado na década de 1860, foi um divisor de águas nas estratégias imperialistas da Europa, e continua a ser estratégico até hoje. A recente crise entre Israel e os houthis resultou em perdeu significativo para o Egito, que viu suas receitas de trânsito pelo canal despencarem, evidenciando como os conflitos podem impactar diretamente a economia de países inteiros.
Por sua vez, o canal do Panamá, operado sob controle do Panamá desde 1999, foi novamente colocado em discussão quando Trump fez ameaça de retomar o controle da via. Seus comentários provocaram reações de condenação tanto no Panamá quanto em Washington, lembrando a todos que o canal continua sendo um ponto sensível nas relações internacionais.
Outro ponto crucial é o estreito de Ormuz, que se tornou um dos mais importantes pontos de estrangulamento para o transporte de petróleo. Responsável por um quarto do suprimento global, sua relevância aumentou nas tensões entre Irã e Estados Unidos. Teherã declarou que poderia fechar o estreito como uma medida de retaliação, o que ampliaria as preocupações de uma possível guerra que afetaria a economia mundial.
Além disso, os estreitos Bósforo e Dardanelos na Turquia têm sido vitais desde a era imperial, facilitando o acesso ao Mar Negro e ao Mediterrâneo. Com a atual guerra entre Rússia e Ucrânia, esses estreitos se tornaram ainda mais relevantes, visto que impedimentos no tráfego de navios de guerra podem impactar o comércio de grãos e outras mercadorias.
Finalmente, o estreito de Malaca se torna um novo alvo na geopolítica contemporânea, com os Estados Unidos considerando cercear o tráfego marítimo para a China, levando Pequim a buscar rotas alternativas. Essas questões colocam em evidência como os conflitos por hidrovias e estreitos seguem a moldar a história e o futuro das relações internacionais, refletindo a luta pelo controle das artérias que sustentam a economia global.