Guerra fria entre prefeito e governador de Alagoas em meio a crise da Braskem em Maceió intensifica rivalidade política.


A guerra fria entre o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), e o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), atingiu um novo patamar com o alerta de risco de colapso de uma mina da Braskem, que completa uma semana nesta quarta-feira. Os dois líderes políticos, que são adversários na política alagoana, não estabeleceram contato desde o início da crise. Interlocutores de ambos os lados creditam a falta de comunicação às divergências recentes entre ambos envolvendo indenizações da mineradora, além da rivalidade entre seus respectivos padrinhos políticos – o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), aliado de Caldas, e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), correligionário de Dantas.

Segundo informações apuradas, o prefeito de Maceió afirmou que tentou falar na última quinta-feira com o governador, mas foi informado que ele estava em trânsito. Segundo interlocutores do prefeito, ele fez mais de uma ligação, sem sucesso; já o governador afirmou a aliados que o telefonema de Caldas “nunca chegou”.

A assessoria de imprensa de Dantas informou que o governador, embora não esteja em contato direto com Caldas, orientou órgãos da administração estadual a colaborarem com a prefeitura, e que não houve “nenhuma negativa ou dificuldade imposta pelo governo”. Já a assessoria de imprensa do prefeito de Maceió afirmou que Caldas “ainda deseja estabelecer esse contato” com o governador de Alagoas. Enquanto isso, a situação do solo em Maceió se agrava, com o solo deslocando 5cm por dia e um afundamento previsto para atingir 2 metros nesta semana.

A relação bélica entre Dantas e Caldas faz com que aliados do governador de Alagoas, ouvidos em caráter reservado, desconfiem da intenção de Caldas ao manifestar desejo de abrir diálogo em meio à crise da Braskem. No último domingo, o prefeito cobrou publicamente o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) a apresentar as licenças ambientais das minas de sal-gema da Braskem, e disse haver um “monopólio de informações” por parte da administração estadual. Enquanto isso, aliados de Lira, presidente da Câmara e aliado de Caldas, acreditam que o grupo dos Calheiros tenta desestabilizar a gestão de Caldas de olho na eleição de 2024, quando o prefeito concorrerá à reeleição.

A falta de comunicação entre prefeito e governador em meio à crise de colapso da mina da Braskem levanta questionamentos sobre as decisões políticas tomadas nos bastidores. Com a situação se agravando a cada dia, a população de Maceió fica à mercê da disputa política que pode influenciar na resolução do problema. O impasse entre os líderes políticos parece ainda longe do fim, e a falta de diálogo pode ter sérias consequências para os moradores da região atingida pelo possível colapso da mina da Braskem.

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