Guerra comercial entre EUA e potências asiáticas pode impulsionar indústria brasileira, apontam analistas sobre novas oportunidades no cenário global.



Recentemente, a indústria de transformação brasileira viu um avanço significativo em sua competitividade internacional, subindo 30 posições em um ranking de produtividade global, alcançando o 40º lugar entre 116 países. Essa melhora representa um passo importante dentro do contexto de reindustrialização do Brasil, um objetivo desejado por muitos especialistas. O crescimento da indústria, que abrange setores críticos como os automobilístico e metalúrgico, é vital para a economia nacional, uma vez que transforma matérias-primas em produtos finais.

No início de 2025, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) revelaram que as exportações brasileiras de bens de alta tecnologia cresceram 11,5% em 2024, consolidando o setor como o que mais teve êxito no mercado internacional. O total de exportações no segmento da indústria de transformação atingiu a marca recorde de US$ 181,9 bilhões, o que significa que, apesar dos desafios, a indústria brasileira está demonstrando sinais de vitalidade e potencial de crescimento.

Entretanto, especialistas alertam que, embora os resultados sejam encorajadores, o Brasil ainda enfrenta obstáculos importantes para uma industrialização completa. Douglas Meira Ferreira, por exemplo, destaca que o país, apesar de sua ascensão, carece de inovações e uma política industrial consistente que promova um desenvolvimento sustentável a longo prazo. Ele observa que o Brasil ainda é classificado como uma economia de renda média, enfrentando desafios significativos para se adaptar às exigências de um mercado global cada vez mais competitivo.

Além das melhorias na produtividade e nas exportações, a relação do Brasil com o bloco BRICS pode desempenhar um papel crucial em sua estratégia de desenvolvimento. Os especialistas ressaltam a importância de diversificar as exportações, especialmente para países como China e Rússia, que ainda apresentam um grande potencial inexplorado. A ampliação da pauta exportadora do Brasil, tanto para a África quanto para o mercado asiático, é vista como uma estratégia eficaz para mitigar os efeitos de possíveis barreiras comerciais impostas por nações ocidentais.

Apesar dos avanços, Ferreira e outros analistas enfatizam a necessidade de uma abordagem mais integrada e estruturada para a política industrial. A correção de aspectos como a taxa de juros elevada e a volatilidade cambial é vista como essencial para garantir um clima de investimentos favorável e sustentável. Enquanto a indústria verde e a tecnologia emergente começam a ganhar espaço nas exportações, o Brasil se posiciona em um cenário onde a reconstrução de sua base industrial pode ser não apenas viável, mas necessária, para enfrentar os desafios do futuro.

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