A Guarda Revolucionária de elite do Irã (IRGC) emitiu uma ordem proibindo todos os seus membros de usarem qualquer tipo de dispositivo de comunicação, após uma série de ataques violentos no Líbano que resultaram na explosão de pagers e walkie-talkies utilizados pelo Hezbollah. As autoridades de segurança iranianas confirmaram a informação à Reuters, destacando que a medida visa a prevenção de possíveis infiltrados e agentes estrangeiros no país.
Segundo as autoridades, uma operação em larga escala está em andamento para inspecionar todos os dispositivos em posse da IRGC, incluindo equipamentos de comunicação e outros aparelhos. A maioria dos dispositivos detonados nos ataques era caseira ou importada da China e da Rússia. Além disso, uma investigação minuciosa está sendo realizada para identificar possíveis agentes israelenses infiltrados entre os membros da IRGC.
Os ataques no Líbano, que resultaram na morte de 39 pessoas e feriram mais de 3.000, foram atribuídos a Israel pelo país e pelo Hezbollah. No entanto, Israel não confirmou nem negou seu envolvimento nos incidentes. A IRGC está tomando medidas de segurança rígidas, incluindo o uso de criptografia de ponta a ponta em sistemas de mensagens como forma de comunicação segura.
A principal preocupação da República Islâmica é a proteção de suas instalações nucleares e de mísseis, especialmente as subterrâneas. Medidas de segurança foram aumentadas significativamente, visto que as autoridades iranianas acreditam que Israel tenha tentado sabotar o programa de mísseis do país no passado. A IRGC, que tem fortes laços com o líder supremo Ali Khamenei, exerce influência no Oriente Médio por meio de seu braço de operações no exterior, a Força Al Quds.
De acordo com as autoridades, o Irã desenvolveu sua própria tecnologia de comunicação militar para evitar dependência de importações estrangeiras, especialmente devido às sanções impostas ao país. A relação conturbada entre Irã e Israel tem provocado uma guerra oculta há décadas, com alegações mútuas de sabotagem e tentativas de assassinato. Ainda assim, o Irã nega qualquer tentativa de desenvolver armas nucleares, enquanto Israel considera o país uma ameaça existencial.
Diante desse cenário tenso, a Guarda Revolucionária Iraniana intensificou suas medidas de segurança e tomou ações proativas para proteger o país e suas instalações estratégicas. A relação entre os dois países continua sendo uma das mais delicadas e voláteis do Oriente Médio, com o potencial de desencadear conflitos de proporções elevadas a qualquer momento. A comunidade internacional permanece atenta aos desdobramentos desses eventos e suas possíveis consequências.