Governos Bolsonaro e Lula na Mira da PF: "Farra do INSS" gera denúncias de convênios suspeitos e descontos indevidos em aposentadorias



Nos últimos tempos, o cruzamento de dados da operação Sem Desconto com as nomeações de diretores do setor de Benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revela preocupantes evidências sobre a prática de descontos indevidos, envolvendo tanto o governo de Jair Bolsonaro quanto o de Lula. Ambas as administrações, apesar de suas divergências políticas, parecem ter desempenhado papéis complementares naquilo que vem sendo denominado a “farra do INSS”.

Os dados indicam um notável aumento no número de associações beneficiadas por convênios com o INSS entre os dois governos. Durante a presidência de Bolsonaro, pelo menos quatro diretores de Benefícios foram responsáveis por firmar convênios com 12 entidades, resultando em descontos que somaram R$ 2,1 bilhões. Por outro lado, sob Lula, apenas três diretores assinaram 18 convênios, totalizando R$ 235 milhões em descontos. O número reduzido durante a gestão atual pode ser atribuído à revelação das irregularidades, que freou as operações. Assim, surgem questionamentos sobre a relação entre os acordos e o uso indevido de recursos de aposentados e pensionistas.

O início da expansão dos convênios é associado à nomeação de José Carlos Oliveira, indicado por Bolsonaro, que assinou convênios geradores de R$ 695 milhões em 2021. Este movimento foi seguido por diretores responsáveis por convênios que totalizaram valores expressivos, algumas entidades levantando quantias que vão desde R$ 137 milhões até R$ 757 milhões, mas com questionamentos sobre a capacidade dessas associações em atender seus associados adequadamente.

As investigações também revelam que algumas entidades, como a Ambec e a AAPB, têm ligações com suspeitos de fraudes no INSS. A Ambec, por exemplo, arrecadou R$ 500 milhões entre 2021 e 2025 e está sob a mira da Polícia Federal. Os dados da Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que a estrutura física dessas entidades não é capaz de atender adequadamente seus associados, colocando em evidência a fragilidade do sistema de convênios.

Os desdobramentos da operação Sem Desconto revelam uma rede complexa de relações entre políticos e instituições que objetiva garantir vantagens financeiras, cujos efeitos negativos impactam diretamente os aposentados. À medida que as investigações avançam, a pressão por maior transparência no setor previdenciário cresce, levando à necessidade urgente de reformulações administrativas e ao fortalecimento de mecanismos de fiscalização.

A resposta das entidades envolvidas foi uma reafirmação de compromisso com a ética e a legalidade, embora questionamentos sobre as práticas continuem a pairar. É imperativo que a sociedade e as autoridades competentes acompanhem de perto essa situação, que não apenas compromete recursos públicos, mas afeta diretamente a vida de milhões de aposentados brasileiros.

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