Essa nova declaração surge um dia após a diplomacia brasileira lamentar o “tom ofensivo” adotado recentemente pelo regime venezuelano em relação ao Brasil. O clima de tensão entre os dois países aumentou consideravelmente desde o veto do Brasil à entrada da Venezuela no grupo Brics. Maduro, após uma visita surpresa à cúpula do grupo na Rússia, recebeu apoio de Vladimir Putin para ingressar no clube, porém o Brasil se posicionou contra.
O distanciamento entre o governo brasileiro e o governo de Maduro começou após as questionadas eleições presidenciais, nas quais Maduro se declarou vencedor sem a apresentação de dados oficiais. O Brasil, assim como diversos outros países, não reconheceu a reeleição de Maduro.
O pronunciamento venezuelano deste sábado acusa o governo brasileiro de tentar enganar a comunidade internacional ao se fazer de vítima em uma situação em que, segundo a Venezuela, agiu como agressor. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro, por sua vez, afirmou que a opção por ataques pessoais e escaladas retóricas não condiz com a forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e seu povo.
A crise nas relações entre os dois países se intensificou recentemente, com a Polícia Nacional Bolivariana da Venezuela publicando uma imagem do ex-presidente Lula e da bandeira brasileira com a mensagem “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”. Além disso, o Ministério Público da Venezuela acusou Lula de forjar um acidente para não comparecer à cúpula do Brics. A situação aponta para um cenário de crescente hostilidade entre os dois países, que continuam em rota de colisão diplomática.