Analisando o cenário, a reativação do visto de Fachin pode ser vista como uma tentativa de normalizar as interações institucionais entre os dois países. Além disso, essa manobra pode ter a intenção de isolar o futuro vice-presidente do STF, Alexandre de Moraes, cujas ações têm sido mais controversas na esfera política. Fachin, por outro lado, ganhou notoriedade ao apoiar, em 2020, a constitucionalidade do inquérito das Fake News, relatado por Moraes, além de ter sustentado a extinção de ações que contestavam sua abertura. Estas decisões fizeram com que Fachin fosse incluído na lista de autoridades com vistos suspensos pelo governo americano, que afetou também outros ministros do STF, como Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
Dentre os 11 ministros da Suprema Corte, apenas três — André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux — não tiveram seus vistos revogados. O restante da lista inclui figuras proeminentes e, além dos ministros, também o procurador-geral da República, Paulo Gonet, está sem visto para entrar nos Estados Unidos. Em meio a essa situação, mesmo com a pressão do ex-presidente Donald Trump, a maioria dos integrantes do STF ainda demonstra apoio a Moraes, evidenciando um cenário complexo em que as decisões judiciais e as relações diplomáticas se cruzam em diversos níveis. A expectativa agora se concentra em como essas movimentações podem impactar a dinâmica entre as instituições brasileiras e o relacionamento com o governo dos Estados Unidos.