Governo peruano investigará denúncias de abuso sexual de 500 estudantes indígenas por professores na região da selva amazônica

O governo peruano está no centro de uma polêmica envolvendo denúncias de abuso sexual contra 500 estudantes indígenas por parte de professores em uma região remota da selva amazônica. Os abusos, que teriam ocorrido desde 2010, vitimaram crianças e adolescentes da etnia Awajún, que frequentam escolas públicas na província de Condorcanqui, próxima à fronteira com o Equador.

As acusações vieram à tona recentemente, causando indignação nacional e internacional. Dois ministros do governo tentaram minimizar o escândalo, sugerindo que os abusos eram resultado de “práticas culturais” locais. No entanto, a presidente do Conselho de Mulheres de Awajún, Rosemary Pioc, classificou os crimes como um “holocausto”.

Em resposta às denúncias, o presidente do Conselho de Ministros, Alberto Adrianzén, afirmou que os casos serão investigados e as vítimas receberão apoio psicológico e assistência médica adequada, especialmente no caso daqueles que contraíram o vírus HIV. Até o momento, 524 casos foram reportados, com 111 professores afastados, 72 absolvidos e quatro suspensos.

A declaração dos ministros sobre as “práticas culturais” gerou revolta, com críticas de diversos setores da sociedade. Organizações indígenas e de defesa dos direitos das mulheres condenaram veementemente a tentativa de justificar os abusos com base na cultura local, destacando a importância de responsabilizar os culpados e proteger as vítimas.

Diante da pressão pública, o ministro da Educação se retratou, negando que tenha defendido as práticas abusivas. Ele reiterou seu compromisso em combater qualquer forma de violência e abuso contra menores, garantindo que o governo tomará as medidas necessárias para enfrentar essa grave situação.

O escândalo dos abusos sexuais nas escolas indígenas do Peru levanta questões sobre a proteção dos direitos das crianças e adolescentes, a responsabilidade das autoridades e a necessidade de políticas eficazes para prevenir e punir casos de violência sexual. A sociedade peruana aguarda ansiosamente por respostas e ações concretas por parte do governo para enfrentar essa triste realidade.

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