A medida vem à tona após a divulgação de um laudo elaborado pelo engenheiro e perito Sergio Ejzenberg, em 2019, que sugere que o acidente que vitimou Kubitschek e seu motorista, Geraldo Ribeiro, não teve as causas atribuídas pela ditadura militar. O relatório indica que o veículo não se acidentou devido a uma colisão com um ônibus, contrariando a versão oficial apresentada na época, que sustentava ter sido um desvio durante uma manobra de ultrapassagem. Essas novas evidências levantam questões sobre a natureza do que realmente ocorreu naquele trágico dia.
Durante os últimos anos, a CEMDP tem se dedicado a investigar casos históricos que permanecem envoltos em mistério e controvérsia, buscando esclarecer as circunstâncias das mortes de diversas figuras políticas durante o regime militar. Embora a versão oficial tenha classificado a morte de Kubitschek como um mero acidente, comissões estaduais da Verdade em Minas Gerais e São Paulo reavaliaram os detalhes e chegaram a concluir que o evento pode ter sido resultado de um atentado orchestrado pelo governo da época.
Essa reabertura de investigações se insere em um contexto mais amplo de revisão dos eventos que marcaram a ditadura militar brasileira, período em que diversas outras figuras políticas proeminentes também perderam suas vidas em circunstâncias duvidosas. Além de Juscelino Kubitschek, outros nomes notáveis, como o ex-presidente João Goulart e o ex-governador Carlos Lacerda, também morreram em situações que levantaram suspeitas sobre possíveis retaliações do regime militar à desobediência de seus opositores.
Com essa ação, o governo atual busca não apenas esclarecer a morte de uma das figuras mais icônicas da política brasileira, mas também reafirmar o compromisso com a verdade histórica e a justiça para com aqueles que sofreram sob a repressão militar. O desfecho deste caso ainda promete trazer à luz um capítulo obscuro da história do Brasil.