Um dos pontos centrais deste estudo é que, sem cortes adicionais nas despesas, a habilidade do governo de manter suas obrigações será seriamente comprometida. O presidente Lula, em recente declaração, reafirmou sua resistência a novas medidas de austeridade. Ele declarou que não pretende criar mais restrições fiscais, a menos que uma emergência justifique tal medida. Essa posição levanta preocupações quanto à viabilidade das finanças públicas nos próximos anos.
No final do ano passado, o Congresso Nacional já havia aprovado um pacote de cortes que objetiva economizar mais de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026. Essas medidas foram justificada pelo governo como essenciais para reorganizar as despesas obrigatórias, que incluem gastos com programas sociais e salários do funcionalismo público, que estão crescendo a um ritmo que supera os limites estabelecidos pela legislação fiscal vigente. A falta de recursos adequados para investimentos públicos se torna uma consequência direta dessa pressão sobre o orçamento.
Com a pandemia de COVID-19 e suas repercussões econômicas, cada vez mais especialistas alertam para a necessidade de um planejamento fiscal mais rigoroso e que promova um equilíbrio sustentável. O futuro das finanças públicas brasileiras, portanto, dependerá não apenas das medidas já adotadas, mas também da disposição do governo em enfrentar a dura questão da contenção de gastos. A resistência de Lula em avançar com novos cortes pode resultar em um cenário ainda mais dramático, o que é um desafio significativo para a administração pública nos próximos anos.