As estratégias do governo não se limitam apenas a ações regulamentares; também está sendo criada uma plataforma de diálogo com empresários para delinear um plano de negociação efetivo com a administração de Donald Trump. Para isso, um comitê que reunirá representantes do governo e do setor privado está em fase de formação, com o intuito de defender os interesses brasileiros no cenário comercial internacional.
Na esfera política, a comunicação do governo tem se intensificado, especialmente por meio das redes sociais, onde o presidente Lula tem elevado o debate sobre temas como justiça tributária e soberania nacional. Essa retórica não busca apenas mobilizar a população contra os ataques externos, mas também tenta fragilizar a oposição bolsonarista fazendo a conexão entre seus aliados e os interesses de Trump.
Por outro lado, figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro têm corrido contra o tempo para evitar um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe no Brasil. Eles esperam que o governo Trump intervenha para minimizar as consequências legais enfrentadas pelo núcleo bolsonarista, que deve ser avaliado em um júri até setembro. Documentos indicam que a proposta de anistia aos envolvidos está sendo defendida por aliados de Bolsonaro, apesar de a maioria no Congresso ver essa medida como uma ameaça à soberania nacional.
Enquanto isso, o processo judicial segue seu curso normal no STF, onde a Procuradoria-Geral da República apresenta suas alegações finais. A preocupação do governo com o futuro das relações comerciais e políticas com os Estados Unidos e a internação da situação bolsonarista são elementos centrais que moldam o cenário atual, esperando-se que a resposta do governo brasileiro possa mitigar os impactos negativos impostos pela tarifa americana e, ao mesmo tempo, gerenciar as tensões internas.