A proposta de anistia ganhou nova força na semana passada, durante a fase final do julgamento conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, atuou em Brasília no intuito de assegurar apoio para a medida, mas esbarrou na disposição do presidente da Câmara, Hugo Motta. Este último, pertencente ao mesmo partido de Freitas, o Republicanos, tem mostrado certa hesitação em pautar o projeto, o que tem gerado frustração entre os defensores da proposta.
Com a condenação de Bolsonaro, a pressão sobre Motta deverá ser intensificada, principalmente por parte do Centrão, que possui uma proposta de anistia mais restritiva, com o objetivo de encerrar o tema de maneira rápida e eficaz. Por outro lado, a ala bolsonarista defende uma versão da anistia que seja “ampla, geral e irrestrita”, o que revela a divisão interna entre os grupos políticos. Em meio a essa dicotomia, o governo já começou a se estruturar para a possível votação da proposta, com seus líderes realizando simulações de placares e contagem de votos que visam barrar a legalização da anistia no plenário, antes das eleições de 2026, que se aproximam rapidamente.
Tarcísio de Freitas, além de agir em favor da anistia, está se projetando como um dos principais nomes da direita para o pleito de 2026. Entretanto, no Senado, o cenário se mostra um pouco mais complicado para a oposição. Davi Alcolumbre, presidente da Casa, posiciona-se contra uma anistia ampla e, ao invés disso, estuda a proposta de um texto alternativo que busque reduzir apenas as penas dos indivíduos envolvidos nos ataques ocorridos no dia 8 de Janeiro. Esse impasse reflete as complexidades e as tensões que permeiam o atual contexto político brasileiro.