Governo federal abre possibilidade de revisão do percentual de taxação das bets no Brasil, afirma assessor da Fazenda

O governo federal está disposto a rever o percentual de taxação das empresas que atuam no ramo das apostas esportivas (bets) no Brasil. A informação foi revelada por José Francisco Mansur, assessor especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, durante seu depoimento na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados no último dia 12.

Atualmente, a tributação das bets está contemplada na Medida Provisória 1182/23, que se encontra em análise na Câmara dos Deputados. Segundo o texto, as operadoras serão taxadas em 18% sobre o Gross Gaming Revenue (GGR), ou seja, a receita obtida com os jogos realizados, descontados os prêmios pagos aos apostadores.

Mansur não revelou qual a porcentagem está sendo debatida com o relator da MP, deputado Adolfo Viana (PSDB-BA), mas indicou que o número pode ser inferior a 18%. Ele ressaltou que essa flexibilização do imposto tornará o mercado mais acessível.

Durante a audiência pública, o assessor do Ministério da Fazenda destacou que a tributação das bets é uma questão de justiça tributária. Ele afirmou que é essencial que esse setor contribua com a arrecadação, para que o governo possa reinvestir em áreas prioritárias como saúde e educação.

Além da taxação de 18% sobre o GGR, a MP 1182 também permite a cobrança de uma outorga das bets, que se assemelha a uma licença de funcionamento. Contudo, o valor dessa outorga ainda não foi divulgado.

O deputado Mauricio do Vôlei (PL-MG), proponente da audiência pública, também defendeu a taxação das empresas de apostas esportivas. Ele ressaltou que, caso as apostas não sejam regulamentadas, elas continuaram operando normalmente, sem oferecer qualquer contrapartida para o país. O deputado lembrou ainda que parte da arrecadação dessas operações será destinada ao Ministério do Esporte.

Outro ponto abordado durante a audiência foi a possibilidade de judicialização por parte do governo federal em relação às licenças emitidas pelos estados que permitem que as bets atuem em todo o país. O Executivo teme que essa atuação estadual reduza o interesse pelas outorgas federais, afetando assim a previsão de arrecadação.

Um exemplo recente dessa questão é a licitação da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), que abriu processos de concessão de licenças com um custo inferior ao estabelecido pela regulamentação do governo federal (taxação de 5% do GGR e outorga de R$ 5 milhões).

Mansur ressaltou que os estados devem respeitar os limites geográficos e que o governo está considerando a possibilidade de judicializar essa questão em conjunto com as advocacias. Segundo ele, essa não é uma situação que o governo permitirá sem reagir.

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