Governo enfrenta desafios na contagem de empresas de bets que não pediram autorização para operar no Brasil. Expectativa é de até 100 empresas legalizadas.



A três dias da entrada em vigor da proibição de empresas de apostas eletrônicas que não solicitaram autorização para operar no Brasil, o governo ainda enfrenta dificuldades para contabilizar a extensão da medida. De acordo com o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, a complexidade reside na presença de sites fraudulentos que frequentemente alteram de endereço e na prática de diferentes marcas por parte de uma única empresa, o que dificulta a identificação precisa do número de empresas atuantes no setor.

Segundo Dudena, a contagem precisa das companhias de apostas online só será possível após a regulamentação plena, que entrará em vigor em janeiro do próximo ano. A partir desse momento, somente as empresas aprovadas pelo Ministério da Fazenda poderão operar no país, podendo cada uma explorar até três marcas distintas.

O secretário destacou as dificuldades enfrentadas pelo governo na distinção entre empresas legítimas e estelionatários que se aproveitam do mercado de apostas para a prática de fraudes. Ele ressaltou que o atual banco de dados do governo contém centenas de sites identificados, porém a assertividade sobre a relação entre grupo de empresas e quantidade de sites fraudulentos ainda não é totalmente clara.

A contagem do número de empresas de apostas eletrônicas em operação no Brasil também é um desafio para o setor privado. Em abril deste ano, a plataforma Datahub estimava a existência de 217 empresas no país, um aumento significativo em relação às 26 empresas registradas em 2021. Já em junho, o Instituto Jogo Legal apontava a presença de cerca de 2 mil sites de apostas e cassinos virtuais no mercado brasileiro.

Diante das incertezas, o governo realiza estimativas com base nos processos de regulamentação em andamento. Até o momento, 118 empresas apresentaram 123 pedidos, e a expectativa é que cerca de 100 delas sejam autorizadas a atuar legalmente no Brasil a partir de janeiro. Dudena ressaltou a rigidez na análise dos processos e a cooperação entre os órgãos responsáveis pela regulamentação das apostas eletrônicas.

Além da Secretaria de Prêmios e Apostas da Fazenda, a Lei 14.790/2023 prevê a atuação do Ministério do Esporte na regulamentação das apostas esportivas. Dudena afirmou que os dois órgãos atuarão de forma coordenada e negou possíveis sobreposições de competência. Ainda, o governo busca parcerias com o Ministério da Justiça, a Anatel e o Ministério da Saúde para combater a criminalidade no setor, garantir os direitos do consumidor e preservar a saúde mental dos apostadores.

Em suma, a complexidade envolvida na contagem e regulamentação das empresas de apostas eletrônicas no Brasil evidencia a necessidade de ações coordenadas entre diversos órgãos do governo para garantir a segurança e transparência no mercado de apostas no país. A expectativa é que a adequada regulamentação traga maior clareza e proteção tanto para os operadores quanto para os consumidores desse mercado em expansão.

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