A justificativa oficial para a não divulgação dos nomes é a preocupação de que tais informações poderiam ser utilizadas pela Rússia para reforçar sua narrativa sobre o conflito, além de colocar em risco a segurança de antigos membros da SS que residem no Canadá. Especialistas, incluindo analistas de várias agências governamentais, alegam que a publicação poderia ser distorcida e explorada pela chamada “máquina de desinformação russa”, complicando ainda mais a já delicada situação geopolítica da Ucrânia.
Essa recusa em liberar as informações provocou reações adversas de grupos e historiadores, que argumentam que é importante trazer à luz esses fatos históricos relevantes, a fim de evitar que o passado seja esquecido ou manipulado. A história do Canadá abrigando nazistas após a guerra é conhecida, com relatos afirmando que o país recebeu mais de 2 mil indivíduos vinculados ao regime nazista, entre eles membros da 14ª Divisão de Granadeiros da SS.
Um episódio marcante que reacendeu a discussão sobre a presença de nazistas no Canadá ocorreu no ano passado, quando o primeiro-ministro Justin Trudeau aplaudiu, em sessão parlamentar, um veterano da Divisão Galícia, que esteve alinhada com a SS durante a guerra. Esse gesto gerou uma onda de indignação, levando à renúncia do presidente do Parlamento e críticas globais, com a Organização das Nações Unidas condenando a homenagem.
Frente a um passado tão delicado e as tensões atuais entre a Rússia e a Ucrânia, o governo canadense enfrenta um dilema crítico: equilibrar a transparência histórica com a segurança geopolítica. A decisão de manter os nomes em sigilo suscita não apenas questões éticas sobre a memória histórica, mas também a eficácia das políticas de divulgação de informações em tempos de crise.