A medida também conta com o apoio do prefeito do Rio, Eduardo Paes. Caso seja implementada, o Santos Dumont poderia receber voos para aeroportos internacionais, como Brasília. A mudança de posicionamento foi defendida pelo novo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”.
A redução das operações no Santos Dumont foi determinada em agosto, através de uma resolução do Conselho de Aviação Civil (Conac), que limitou os voos a localidades a até 400 quilômetros do terminal e para aeroportos regionais, com o objetivo de impulsionar a retomada do aeroporto internacional, o Galeão. A medida começará a valer a partir de 2 de janeiro, mas a transferência gradual de voos já teve início neste mês.
No entanto, existe o receio de que essa resolução gere insegurança jurídica e questionamentos de outros municípios e aeroportos do país. A capacidade da infraestrutura é o único fator que pode ser usado para restringir as operações dos aeroportos. No caso do Santos Dumont, a justificativa para a redução no número de passageiros será as obras de segurança na pista, que serão realizadas a partir do próximo ano.
O prefeito do Rio irá a Brasília nesta terça-feira para tratar do assunto com as autoridades responsáveis pelo setor da aviação civil, buscando evitar a judicialização do caso. Paes ainda está discutindo com o governo federal quais destinos poderão ser atendidos pelo Santos Dumont e também lidando com a questão do TCU, que considera a resolução do Conac ilegal.
A RIOgaleão, concessionária do Aeroporto Internacional do Galeão, já formalizou o interesse em continuar à frente do terminal. A empresa depende de uma solução conjunta com o governo federal para sua permanência. O ministro Silvio Costa Filho espera que a Changi, controladora da RIOgaleão, decida ficar, mas ressalta que essa decisão está nas mãos do TCU.
Segundo especialistas, a limitação do fluxo de passageiros, em vez de destinos, pode ser benéfica para a revitalização do Galeão, desde que sejam impedidas as conexões entre o Santos Dumont e aeroportos internacionais, como Guarulhos e Confins. Resta agora o governo brasileiro encontrar uma solução definitiva e coletiva para essa questão, em conjunto com todos os agentes envolvidos.