Google proíbe exibição de propaganda política no Brasil, gerando incerteza sobre mercado de anúncios eleitorais no país.

A decisão do Google de proibir a veiculação de propaganda política no Brasil em sua plataforma de anúncios, a partir de maio, gerou repercussão entre especialistas consultados pelo GLOBO. A medida, que se baseia na atualização das regras para impulsionamento de propaganda eleitoral feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro, evidencia a indisposição de plataformas digitais em lidar com a moderação de conteúdo.

A gigante da tecnologia informou que a nova política do Google Ads não permitirá mais a veiculação de anúncios políticos no país. A resolução 23.732 do TSE, que ampliou a definição de “conteúdo político-eleitoral”, é considerada inviável para o Google moderar a quantidade de anúncios no período eleitoral.

A proibição se aplica ao Google Ads, plataforma que prioriza conteúdo nas buscas do site, e que costuma ser utilizada por candidatos. Nas eleições de 2020, anúncios políticos no Facebook e Instagram superaram o Google Ads. Para Bruna Santos, da Digital Action, a decisão reflete a incapacidade das plataformas digitais em cumprir as normas do TSE.

Segundo Alexandre Rollo, advogado especializado em direito eleitoral, a atualização das regras pelo TSE é bem-vinda e supre omissões na lei. Ele não acredita em impacto significativo para o mercado de anúncios eleitorais, já que outras modalidades de impulsionamento, como no Facebook e Instagram, continuarão disponíveis.

Rollo, que defendeu a senadora Mara Gabrilli em uma ação eleitoral em 2018, destaca que a nova resolução do TSE pode evitar práticas irregulares, como o direcionamento indevido de buscas. Jilmar Tatto, adversário de Gabrilli, foi acusado de utilizar o Google Ads de forma irregular, mas teve a multa suspensa pelo TSE.

Em suma, a proibição do Google de veicular propaganda política no Brasil levanta questões sobre a moderação de conteúdo e o impacto no mercado de anúncios eleitorais, destacando a necessidade de as plataformas digitais se adaptarem às novas regulamentações eleitorais.

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