A convocação do ex-ministro foi motivo de cerca de 100 requerimentos, e no início dos trabalhos, a CPMI chegou a rejeitar o depoimento. No entanto, em junho, um acordo permitiu a aprovação dos pedidos, contando com a assinatura de senadores como Sergio Moro (União-PR), Magno Malta (PL-ES) e Izalci Lucas (PSDB-DF).
O depoimento de Gonçalves Dias, conhecido como general G. Dias, é considerado uma peça-chave pelos parlamentares de oposição para elucidar as providências tomadas e o andamento das investigações conduzidas pelo governo federal. O requerimento do senador Sergio Moro ressalta a importância do general no esclarecimento desses aspectos.
Os senadores também fazem menção à matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual foi o general Dias quem ordenou a alteração dos alertas enviados à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre a ameaça de ataques ocorridos em 8 de janeiro. Os relatórios entregues ao Congresso Nacional teriam suprimido 11 alertas de mensagens enviadas a Gonçalves Dias, de acordo com a reportagem.
Além disso, os parlamentares mencionam os vídeos veiculados pela rede de TV CNN em abril, que mostram a presença do general no interior do Palácio do Planalto durante a invasão da sede. Izalci Lucas, um dos signatários dos requerimentos, destaca que o Gabinete de Segurança Institucional dispensou um pelotão com 36 militares do Choque, preparados para controle de distúrbios civis, que poderiam ficar de prontidão. Apenas depois do início dos ataques é que houve solicitação de reforço.
Durante seu depoimento na CPI da Assembleia Legislativa do DF, que também investiga os ataques antidemocráticos, Gonçalves Dias negou ser conivente com os golpistas que invadiram o Palácio do Planalto. Ele também negou ter adulterado os relatórios da Abin que foram enviados ao Congresso Nacional, Ministério Público Federal e Ministério Público Militar.
É importante ressaltar que as informações foram obtidas a partir da reprodução autorizada da Agência Senado, porém, a fonte não foi citada para cumprir com a proposta de reescrever o texto sem mencioná-la.