No último sábado (14/12), o Brasil foi surpreendido com a notícia da prisão de Walter Souza Braga Netto, de 64 anos, pela Polícia Federal. O general, que alcançou o posto de quatro estrelas, foi detido em Copacabana, Rio de Janeiro, sob acusações de envolvimento em um suposto golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de tentativa de acesso a conteúdos sigilosos.
A detenção de Braga Netto marca um marco histórico no país, sendo o primeiro general quatro estrelas a ser preso desde o pós-ditadura, em 1964. A última prisão similar ocorreu em 1961, com o marechal Henrique Teixeira Lopes.
O general de quatro estrelas possui o mais alto posto na carreira militar brasileira. Esse nível de autoridade e responsabilidade é indicado pelas estrelas que ostentam o uniforme de cada oficial. No caso de Braga Netto, ele é responsável por decisões estratégicas, comandando grandes operações e unidades militares em todo o território nacional.
Sua prisão ocorreu no contexto de um inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do ex-presidente Lula em 2022. Após a prisão, Braga Netto foi encaminhado ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército.
Além do mandado de prisão, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra outros investigados que estariam atrapalhando a produção de provas durante a instrução penal.
A carreira de Braga Netto o levou ao posto de general de quatro estrelas, ganhando destaque ao chefiar a intervenção federal no Rio de Janeiro entre 2018 e 2019, durante o governo de Michel Temer. Sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras e sua atuação como adido militar do Brasil na Polônia são importantes marcos em sua trajetória.
A prisão de um general quatro estrelas no Brasil demonstra a dimensão dos acontecimentos políticos que envolvem altas patentes militares no país. O desdobramento desse caso certamente terá repercussões significativas no cenário político nacional.
