Gagaúzia denuncia governo moldavo por violar direitos eleitorais de cidadãos residentes na Rússia durante eleições presidenciais.



A líder da região autônoma da Gagaúzia, na Moldávia, Yevgenia Gutsul, fez uma declaração contundente neste domingo, 3 de novembro, criticando o governo moldavo por supostas violações dos direitos eleitorais de seus cidadãos. Gutsul denunciou que apenas duas seções eleitorais foram disponibilizadas para cerca de 500 mil moldavos que residem na Rússia, o que, segundo ela, configura uma discriminação inaceitável e uma obstrução ao direito de voto dos cidadãos gagaúzes.

“É uma clara violação da Constituição da República da Moldávia, que garante que todo cidadão moldavo tem o direito de votar e ser eleito”, afirmou Gutsul, ressaltando que a medida impede muitos de expressarem sua vontade de maneira confortável e efetiva. Ela expressou orgulho pela determinação de seu povo, citando exemplos de indivíduos que, mesmo morando em regiões distantes como Kamchatka, se mobilizaram para votar em Moscou, demonstrando sua busca por mudanças.

Gagaúzia, conforme explicado por Gutsul, tem um histórico de forte identificação cultural russa e uma maioria da população que fala russo e gagauz, uma língua turca. Após declarar sua independência da Moldávia soviética em 1990, a região foi incorporada à Moldávia em 1994, mantendo, ao longo dos anos, uma inclinação em favor da reaproximação com Moscou, ao passo que o governo central de Chisinau tem buscado maior integração com a Europa.

Durante este período, os moldavos estão imersos em um segundo turno eleitoral para a presidência. A atual presidente Maia Sandu concorre à reeleição diante do ex-procurador-geral Alexandre Stoyanoglo. Na primeira etapa da eleição, realizada em 20 de outubro, Sandu obteve 42,45% dos votos, enquanto Stoyanoglo veio em segundo com 25,98%. Este pleito refleja uma nação dividida, onde questões de identidade, políticas de aproximação e as tensões geopolíticas continuam a moldar o futuro da Moldávia.

Os candidatos têm se posicionado em discursos que refletem essa polarização. Maia Sandu, ao votar hoje, enfatizou seu compromisso em defender o futuro da Moldávia, enquanto Stoyanoglo clamou por um país onde todos os cidadãos sejam tratados com dignidade, independentemente das diferenças. A situação tem gerado um fervor político significativo no contexto moldavo e na região como um todo, ilustrando as complexidades de um país que luta para equilibrar suas tradições culturais e suas aspirações políticas no cenário contemporâneo.

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