Gabriel Galípolo assume presidência do Banco Central: expectativas sobre aumento da Selic e estratégias para contornar inflação em pauta

Na primeira reunião de 2025 do Comitê de Política Monetária (Copom), o novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, deverá adotar uma abordagem cautelosa. A expectativa do mercado é que a taxa Selic aumente em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. Essa alta é vista como necessária para conter a inflação, embora a denominação do economista como heterodoxo sugira que ele poderia implementar medidas menos convencionais. Especialistas acreditam que a prioridade de Galípolo será evitar instabilidades no mercado financeiro, ao invés de empreender manobras radicais.

Profissionais da economia como Haroldo da Silva, vice-presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo, ressaltam que não se deve esperar “excentricidades” na política monetária de Galípolo. A situação atual da Selic reflete a pressão da especulação no mercado de câmbio, que exigiu uma elevação nas taxas para conter a volatilidade e os riscos associados. Para analistas, um aumento na taxa afeta diretamente os custos da indústria e dos serviços, reduzindo, consequentemente, a atividade econômica e desestimulando investimentos. Estima-se que cada aumento de um ponto percentual na Selic pode acrescentar cerca de R$ 40 bilhões no déficit anual do governo.

Além do ajuste na Selic, discussões sobre a utilização de medidas alternativas para controlar a inflação estão em pauta. Economistas sugerem limitar a oscilação do mercado de derivativos cambiais e implementar políticas que incentivem a produção, especialmente de alimentos. A proposta envolve a possibilidade de um crédito tributário para setores que se comprometam a manter preços acessíveis.

Outro ponto de análise é como a política econômica dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, impacta o cenário econômico do Brasil. Alterações nas taxas de juros americanas influenciam o fluxo de capital internacional, a o que pode levar a ajustes nas taxas em outros países, incluindo o Brasil. Embora a perspectiva de fuga de capitais seja considerada baixa, os efeitos de um ambiente econômico global em alta de juros não podem ser ignorados.

Diante desse complexo cenário, será interessante observar a condução do novo presidente do BC. As decisões de Galípolo podem não somente definir a política monetária brasileira, mas também refletir um entendimento mais amplo acerca da interconexão da economia global. Com relação às tensões prévias entre o governo e o ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, especialistas acreditam que a nomeação de Galípolo deve trazer um clima de maior harmonia, dado que o aumento da taxa já era esperado nas diretrizes da atual administração.

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