G20 aprova compartilhamento de tecnologias de IA para fortalecer combate global ao crime organizado durante cúpula no Rio de Janeiro.



Na última terça-feira, 22 de outubro de 2024, encerraram-se as atividades do GP20, grupo de trabalho criado pelos procuradores-gerais dos países que compõem o G20, realizado no Rio de Janeiro. Durante a cúpula, representantes de 13 nações membros e oito convidados assinaram a chamada “Carta do Rio de Janeiro”, um documento que estabelece cinco compromissos fundamentais para o fortalecimento de ações conjuntas no combate ao crime organizado e na promoção da justiça.

Dentre os compromissos, destacam-se a intensificação da cooperação internacional em matéria penal, a preservação do meio ambiente, a agilização dos processos judiciais, o intercâmbio de tecnologias avançadas como a inteligência artificial e a oficialização do PG20 como um grupo reconhecido dentro da estrutura do G20. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enfatizou que a unificação em torno da declaração é um feito significativo, ressaltando a dificuldade histórica de se aprovar acordos por consenso em assuntos de direito internacional.

Durante os intensivos diálogos que ocorreram, foram contabilizados 54 encontros bilaterais. Gonet declarou que estes encontros foram um sucesso, não apenas para os procuradores brasileiros, mas também para os representantes internacionais, proporcionando uma oportunidade valiosa de estabelecer relações e compartilhar experiências. Ele reiterou que o problema da criminalidade organizada requer um esforço colaborativo global, uma vez que essa modalidade de crime não possui fronteiras.

O uso de inteligência artificial foi outro tema central das discussões. Com a crescente adoção de tecnologias avançadas pelos criminosos, os procuradores ressaltaram a importância de que seus sistemas também evoluam para acompanhar essas novas ameaças. Gonet destacou a necessidade de trocas de conhecimentos entre os países para que cada um possa utilizar as ferramentas tecnológicas mais adequadas à sua realidade, mencionando como o Chile se destaca nesse aspecto.

Por sua vez, Igor Krasnov, procurador-geral da Rússia, abordou os desafios que o desenvolvimento de novas tecnologias impõe para o combate à criminalidade, especialmente no que se refere ao uso de criptomoedas em atividades ilícitas. Ele destacou que as ameaças cibernéticas são um aspecto que requer atenção especial dada a sua natureza transnacional e afirmou que a colaboração mútua será essencial para enfrentar esses desafios.

Ao final do encontro, Krasnov fez uma referência à cultura brasileira, afirmando que a troca de conhecimentos é benéfica para todos os envolvidos. Ele utilizou um dito popular, enfatizando que “quando compartilhamos conhecimento, todos ganham”, encapsulando o espírito de cooperação que permeou toda a cúpula. A cúpula do GP20 ressalta, portanto, a crescente necessidade de um esforço colaborativo no combate à criminalidade organizada em um mundo cada vez mais interconectado.

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