A alegação foi apresentada no tribunal federal de Saipan, capital das Ilhas Marianas do Norte, uma comunidade dos Estados Unidos no Pacífico. Assange admitiu culpa por “conspiração para obter e divulgar documentos confidenciais da defesa nacional dos EUA”. Esse acordo marca o fim de uma saga de quase 14 anos, que incluiu sete anos de confinamento na embaixada do Equador em Londres.
Após lutar contra a extradição para os Estados Unidos por cinco anos, Assange finalmente poderá retornar à sua terra natal, a Austrália. O fundador do WikiLeaks ficou preso no Reino Unido durante esse período, enfrentando a possibilidade de uma longa pena de prisão caso fosse condenado.
Parte do acordo estabelecido com o Departamento de Justiça americano inclui a destruição de informações pelo WikiLeaks, além de uma declaração juramentada de que isso foi feito. Enquanto Assange pode ser condenado a 62 meses de prisão, a expectativa é que sua pena já tenha sido cumprida com o período de prisão preventiva em Londres.
A confissão de culpa resolve um processo criminal movido pelo governo de Donald Trump em relação à publicação de registros de guerra e telegramas diplomáticos pelo WikiLeaks. Assange foi acusado de conspirar com Chelsea Manning para obter e publicar esses registros, o que atraiu tanto críticas quanto apoio à sua causa.
A decisão de Assange de se declarar culpado foi celebrada pelo WikiLeaks e por defensores da liberdade de imprensa em todo o mundo. O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón comemorou o fato de que Assange finalmente poderá ser considerado um homem livre após tantos anos de luta.
Este acordo traz um desfecho positivo para um caso que levantou muitas questões em relação aos direitos humanos e à liberdade de imprensa. Agora, o mundo aguarda o retorno de Julian Assange à Austrália e o desfecho final dessa longa batalha judicial.