Conforme os relatos, os funcionários foram alvo de mensagens pessoais que incluíam informações íntimas, como o nome da mãe, detalhes sobre o modelo de carro que possuíam e até mesmo seus endereços. A preocupação das vítimas foi acentuada pela frase ameaçadora “estamos de olho”, que deixou claro que os agressores estavam cientes da rotina e dos dados pessoais dos servidores. O inquérito da Polícia Federal, inicialmente aberto em Brasília, foi transferido para a unidade no Paraná, onde as denúncias de irregularidades tiveram origem.
Entre 2019 e 2020, dez entidades foram descredenciadas devido a escândalos de fraude, mas um mês após as ameaças, uma decisão impactante do então presidente do INSS, Leonardo Rolim, resultou na mudança do setor responsável pela fiscalização desses descontos. Essa reestruturação gerou uma reviravolta nas práticas de controle, pois enquanto as entidades fraudulentas eram descredenciadas, um número considerável de novas associações foi credenciado entre outubro de 2020 e abril de 2024.
Em um contraste marcante, enquanto os dez órgãos irregulares foram banidos do sistema, ao menos 30 novas entidades foram incorporadas, sugerindo uma ampliação da vulnerabilidade do sistema a fraudes. Durante esse mesmo período, os descontos nas aposentadorias e pensões começaram a crescer de forma escalonada, acumulando um total impressionante de R$ 4,3 bilhões, que foram direcionados a essas associações.
Esses acontecimentos levantam sérias questões sobre a efetividade das medidas de segurança e fiscalização do INSS, bem como a proteção dos funcionários que estão na linha de frente da luta contra as fraudes. A situação demanda uma resposta robusta das autoridades competentes, a fim de restaurar a confiança no sistema e garantir que os direitos dos aposentados e pensionistas sejam plenamente respeitados. O desafio agora é garantir que a integridade do processo previdenciário não se perca em meio a ameaças e irregularidades.