Um estudo publicado no Journal of Clinical Medicine realizado por pesquisadores italianos apontou que metais pesados encontrados no cigarro se acumulam nos testículos, prejudicando seu funcionamento e podendo levar à infertilidade masculina. Já uma revisão divulgada no Journal of Applied Toxicology demonstrou que a nicotina pode comprometer as funções ovarianas, afetando a fertilidade feminina.
Além desses danos específicos, diversas substâncias presentes no cigarro têm efeitos nocivos na saúde reprodutiva. A nicotina, por exemplo, pode reduzir o fluxo sanguíneo para os órgãos reprodutivos, dificultando a ovulação e a implantação do embrião. Nos homens, a produção e mobilidade dos espermatozoides podem ser afetadas pela nicotina, aumentando o risco de dificuldades para engravidar.
Outras substâncias como o alcatrão, o monóxido de carbono e o formaldeído também podem comprometer a fertilidade, prejudicando a qualidade dos gametas e dificultando a implantação do embrião. Estudos indicam que mulheres fumantes têm uma redução de até 25% na fertilidade, e aquelas que fumam uma quantidade maior têm um risco ainda maior.
O tabagismo também pode impactar negativamente os tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV). Mulheres fumantes podem necessitar de doses mais altas de medicamentos e apresentar menor sucesso no tratamento em comparação com não fumantes. Os efeitos nocivos do cigarro podem ser revertidos ao parar de fumar, mas alguns danos podem ser irreversíveis.
Diante de tantas evidências dos malefícios do cigarro para a fertilidade, a melhor medida preventiva é parar de fumar o mais rápido possível. Os especialistas recomendam que os fumantes abandonem o cigarro pelo menos 90 dias antes de iniciar as tentativas de engravidar para minimizar os danos causados pelo tabagismo. É fundamental conscientizar sobre os impactos negativos do tabagismo na fertilidade e incentivar a adoção de um estilo de vida saudável para preservar a saúde reprodutiva.