A ministra da Agricultura e Soberania Alimentar francesa, Annie Genevard, argumenta que o acordo traria uma concorrência desleal para os agricultores europeus, citando questões sanitárias e ambientais como pontos de preocupação. Essas alegações foram rebatidas pelo governo brasileiro, que ressaltou a qualidade e competência dos produtores nacionais, destacando a liderança do Brasil no fornecimento de carne bovina e outros produtos agrícolas.
A discussão sobre o acordo Mercosul-UE ganhou mais intensidade com a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o Encontro Nacional da Indústria (Enai) na quarta-feira (27). Lula anunciou sua determinação em fechar o acordo ainda este ano, apesar das críticas de parlamentares e empresários franceses. O presidente enfatizou a importância do agronegócio para o Brasil e a busca por oportunidades de crescimento econômico.
A França, juntamente com a Bélgica, tem sido um obstáculo nas negociações do acordo devido à discordância em relação às regras e padrões impostos pela UE. O potencial de produção em escala do Brasil e a possibilidade de oferecer produtos a preços mais competitivos são motivos de preocupação para os franceses, que temem a concorrência no mercado europeu.
Diante desse impasse, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pretende entrar com um processo junto à UE contra redes de supermercados francesas que boicotaram a carne sul-americana. Essa polêmica evidencia as divergências entre os países envolvidos e a complexidade das negociações comerciais internacionais.