Com quase 50 milhões de eleitores enfrentando um dilema entre votar no partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) ou na “frente republicana”, formada pelo partido no poder e pela esquerda, as eleições se tornam um ponto de virada na história do país.
O presidente de centro-direita, Emmanuel Macron, antecipou as eleições após a vitória da extrema direita de Marine Le Pen nas eleições para o Parlamento Europeu. O objetivo era pedir “esclarecimentos” políticos aos franceses e frear a ascensão da extrema direita. No entanto, o resultado do primeiro turno colocou o RN na liderança, com projeções indicando uma eventual maioria absoluta.
Para impedir uma vitória esmagadora de Le Pen e seus aliados, a coalizão da esquerda Nova Frente Popular (NFP) e a aliança de centro-direita do presidente Macron formaram mais de 200 pactos locais, retirando candidatos com menor votação, em uma estratégia conhecida como “frente republicana”.
Os resultados do segundo turno serão decisivos, com projeções indicando um cenário incerto que dependerá do número de abstenções. Analistas alertam para possíveis cenários, como uma coalizão entre parte da esquerda, o partido no poder e deputados de direita que não se associaram ao RN, ou até mesmo um governo tecnocrata com apoio parlamentar.
A França vive um momento histórico, onde a vitória da extrema direita poderá acelerar o fim do “Macronismo” e trazer um novo governo mais alinhado a essa corrente política. A vitória do RN encontra eco em outros países europeus, com líderes de extrema direita já exercendo cargos de primeira-ministra em nações como Itália, Finlândia, Eslováquia e Países Baixos.
O resultado dessas eleições terá repercussões não apenas na França, mas em toda a Europa, podendo modificar o cenário político e econômico do continente. A escolha dos franceses neste domingo terá impactos profundos no futuro do país e na integração europeia como um todo.