Fotógrafo declara na CPMI que foi ameaçado a apagar imagens capturadas. Denúncia revela possíveis tentativas de ocultação de provas.

O repórter fotográfico da Agência Reuters, Adriano Machado, compareceu nesta terça-feira (15) à CPMI do 8 de Janeiro para prestar depoimento sobre sua participação na cobertura dos ataques ao Palácio do Planalto. Machado afirmou que apenas cumpriu seu trabalho ao fotografar os invasores de dentro do local, mas que teve que agir estrategicamente para preservar sua segurança.

O fotógrafo explicou que, por volta das 15h45 do dia 8 de janeiro, percebeu uma pessoa se dirigindo ao gabinete da Presidência da República e decidiu acompanhar os acontecimentos de forma discreta. Ele registrou o momento em que um grupo forçou a entrada na antessala do gabinete e continuou a fotografar quando a porta de vidro foi aberta. Machado ressaltou que estava em um ambiente hostil e instável, por isso tomou cuidado com sua segurança.

No entanto, em determinado momento, os invasores perceberam a presença do fotógrafo e o cercaram, questionando sua identidade e motivação. Machado se identificou como fotógrafo da Agência Reuters e foi abordado por um dos invasores que exigiu a deleção das imagens. Após cumprir com a exigência, algumas pessoas chegaram a cumprimentá-lo, o que o fotógrafo justificou como uma forma de aliviar a tensão e garantir sua segurança.

A senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, defendeu a presença de Machado na comissão, afirmando que seu depoimento pode ajudar a identificar os responsáveis pelos atos antidemocráticos. Ela destacou a importância de garantir o exercício da profissão jornalística, mesmo em situações de risco para a democracia.

Porém, os parlamentares da oposição não aceitaram as justificativas apresentadas por Machado. Eles argumentaram que as imagens divulgadas mostram cordialidade e cooperação do fotógrafo com os invasores, o que indicaria uma possível preparação para registrar o arrombamento da porta de vidro.

A comissão continuará a fazer questionamentos a Adriano Machado, buscando esclarecer detalhes da sua participação na cobertura dos ataques ao Palácio do Planalto. O depoimento do repórter fotográfico é de grande importância para a investigação dos eventos ocorridos no dia 8 de janeiro e para a identificação dos envolvidos nos atos antidemocráticos.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo