O fotógrafo explicou que, por volta das 15h45 do dia 8 de janeiro, percebeu uma pessoa se dirigindo ao gabinete da Presidência da República e decidiu acompanhar os acontecimentos de forma discreta. Ele registrou o momento em que um grupo forçou a entrada na antessala do gabinete e continuou a fotografar quando a porta de vidro foi aberta. Machado ressaltou que estava em um ambiente hostil e instável, por isso tomou cuidado com sua segurança.
No entanto, em determinado momento, os invasores perceberam a presença do fotógrafo e o cercaram, questionando sua identidade e motivação. Machado se identificou como fotógrafo da Agência Reuters e foi abordado por um dos invasores que exigiu a deleção das imagens. Após cumprir com a exigência, algumas pessoas chegaram a cumprimentá-lo, o que o fotógrafo justificou como uma forma de aliviar a tensão e garantir sua segurança.
A senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, defendeu a presença de Machado na comissão, afirmando que seu depoimento pode ajudar a identificar os responsáveis pelos atos antidemocráticos. Ela destacou a importância de garantir o exercício da profissão jornalística, mesmo em situações de risco para a democracia.
Porém, os parlamentares da oposição não aceitaram as justificativas apresentadas por Machado. Eles argumentaram que as imagens divulgadas mostram cordialidade e cooperação do fotógrafo com os invasores, o que indicaria uma possível preparação para registrar o arrombamento da porta de vidro.
A comissão continuará a fazer questionamentos a Adriano Machado, buscando esclarecer detalhes da sua participação na cobertura dos ataques ao Palácio do Planalto. O depoimento do repórter fotográfico é de grande importância para a investigação dos eventos ocorridos no dia 8 de janeiro e para a identificação dos envolvidos nos atos antidemocráticos.