Fóssil de pterossauro revela mordida de crocodilo e proporciona nova evidência sobre predadores do período Cretáceo no Canadá



Recentemente, paleontólogos realizaram uma descoberta fascinante no Parque Provincial dos Dinossauros, em Alberta, Canadá. Eles encontraram um osso do pescoço fossilizado de um pterossauro juvenil que apresenta uma marca intrigante: uma mordida que se acredita ter sido causada por um animal semelhante a um crocodilo. Este achado remonta a impressionantes 76 milhões de anos, oferecendo uma visão rara sobre as interações entre espécies pré-históricas.

O fóssil em questão é uma vértebra de um pterossauro da família Azhdarchidae, da espécie Cryodrakon boreas, que pertencia a jovens com uma envergadura estimada de dois metros, enquanto os adultos poderiam alcançar alturas aproximadas de uma girafa, com envergaduras de até dez metros. A vértebra preservada mede 5,8 cm, mas seu tamanho total, quando completo, pode atingir 9,4 cm. A marca de mordida encontrada no osso tem cerca de quatro milímetros de largura, claramente proveniente de um dente de crocodilo.

A singularidade dessa descoberta reside não apenas na raridade do osso em si — que devido à sua delicadeza, é difícil de encontrar em bom estado de conservação — mas também pelo fato deste ser um juvenil. A identificação da mordida foi corroborada através de avançadas técnicas de microescaneamento por tomografia computadorizada, que descartaram a possibilidade de que a marca fosse causada por danos na fossilização ou durante a escavação. Essa evidência representa a primeira constatação de que crocodilos antigos na América do Norte se alimentavam oportunisticamente de pterossauros, uma dinâmica ecossistêmica que até então não era clara.

Essa descoberta não apenas enriquece a compreensão da paleobiologia dos pterossauros e suas interações predatórias, mas também estabelece um novo ponto de partida para pesquisas futuras sobre a vida e a ecologia de ambientes pré-históricos. O estudo detalhado e a descrição dessa evidência foram publicados na revista Journal of Paleontology, contribuindo significativamente para o campo da paleontologia. Assim, a interação entre esses répteis voadores e os crocodilos ancestrais começa a ser desvendada, revelando um pouco mais sobre a complexidade dos ecossistemas que dominavam a Terra durante a era dos dinossauros.

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