O fóssil em questão é uma vértebra de um pterossauro da família Azhdarchidae, da espécie Cryodrakon boreas, que pertencia a jovens com uma envergadura estimada de dois metros, enquanto os adultos poderiam alcançar alturas aproximadas de uma girafa, com envergaduras de até dez metros. A vértebra preservada mede 5,8 cm, mas seu tamanho total, quando completo, pode atingir 9,4 cm. A marca de mordida encontrada no osso tem cerca de quatro milímetros de largura, claramente proveniente de um dente de crocodilo.
A singularidade dessa descoberta reside não apenas na raridade do osso em si — que devido à sua delicadeza, é difícil de encontrar em bom estado de conservação — mas também pelo fato deste ser um juvenil. A identificação da mordida foi corroborada através de avançadas técnicas de microescaneamento por tomografia computadorizada, que descartaram a possibilidade de que a marca fosse causada por danos na fossilização ou durante a escavação. Essa evidência representa a primeira constatação de que crocodilos antigos na América do Norte se alimentavam oportunisticamente de pterossauros, uma dinâmica ecossistêmica que até então não era clara.
Essa descoberta não apenas enriquece a compreensão da paleobiologia dos pterossauros e suas interações predatórias, mas também estabelece um novo ponto de partida para pesquisas futuras sobre a vida e a ecologia de ambientes pré-históricos. O estudo detalhado e a descrição dessa evidência foram publicados na revista Journal of Paleontology, contribuindo significativamente para o campo da paleontologia. Assim, a interação entre esses répteis voadores e os crocodilos ancestrais começa a ser desvendada, revelando um pouco mais sobre a complexidade dos ecossistemas que dominavam a Terra durante a era dos dinossauros.