O encontro reuniu jovens estudantes e profissionais de diversos países da América Latina, incluindo Brasil, Argentina, Bolívia e El Salvador. O principal objetivo do fórum é fomentar um diálogo enriquecedor sobre os avanços da ciência e da tecnologia nuclear, especialmente em contextos regionais. Além disso, o evento busca estabelecer as bases para as discussões relativas à energia nuclear que estarão em pauta durante eventos internacionais, como a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), agendada para acontecer em Belém, no Brasil, em novembro de 2025, e na cúpula do G20, que ocorrerá em novembro deste ano no Rio de Janeiro.
A cientista política Milena Megre destacou a importância do G20 como uma plataforma de diálogo entre nações do Norte e do Sul globais, enfatizando que a agenda climática é um tema unificador entre esses países, e que a energia nuclear deve ser apresentada como uma alternativa viável e limpa. Ela ressaltou a necessidade de desmistificar as percepções errôneas que cercam a energia nuclear, promovendo informações sobre suas vantagens para a descarbonização da matriz energética.
Astrid Aguillera Cazalbón, coordenadora de projetos do Observatório Latino-Americano da Geopolítica Energética, frisou que o evento proporciona uma oportunidade vital para os jovens participarem ativamente de discussões sobre energia nuclear, um tema que, segundo ela, ainda apresenta um desenvolvimento limitado na América Latina em comparação com outras regiões do mundo. Durante uma visita programada à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, o fórum irá encerrar-se em um encontro na qual os participantes poderão observar de perto as instalações das usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e a unidade Angra 3, que ainda está em construção.
Os jovens participantes enfatizaram a energia nuclear não apenas como uma questão técnica, mas também como um elemento de soberania nacional, defendendo a necessidade de ampliar o uso da tecnologia nuclear para garantir segurança energética e contribuir no combate às mudanças climáticas. A iniciativa do fórum reflete um esforço coletivo para integrar a energia nuclear como uma parte fundamental e sustentável da matriz energética da América Latina.