Durante a cerimônia de encerramento, os parlamentares adotaram uma declaração conjunta que será encaminhada à 17ª Cúpula de Líderes do BRICS, programada para julho no Rio de Janeiro. O documento, composto por 36 parágrafos, abrangeu tópicos cruciais, incluindo saúde global, desenvolvimento econômico, sustentabilidade climática, e a reforma da arquitetura multilateral de paz. Além disso, os participantes manifestaram sua oposição a “medidas coercitivas unilaterais”, como sanções econômicas que impactam o comércio e o desenvolvimento dos países do Sul Global, fazendo uma referência clara às políticas dos Estados Unidos e da União Europeia.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, aproveitou a oportunidade para pôr em pauta a possível interferência norte-americana na gestão energética do Paraguai, especialmente em relação à usina de Itaipu. Ele expressou preocupações sobre como isso poderá afetar a geração de energia no Brasil, enfatizando a interseção entre economia e tecnologia, especialmente no contexto da inteligência artificial.
Durante as discussões, Alcolumbre também abordou a possibilidade da criação de uma moeda comum entre os países do BRICS. Embora reconhecendo que a ideia ainda não avança nas deliberações formais, ele considerou essencial que a discussão ocorra de forma séria e planejada. A declaração final do fórum incentivou o uso de moedas locais nas transações comerciais entre os membros do bloco, sinalizando uma tentativa de reduzir a dependência do dólar.
A próxima edição do Fórum Parlamentar do BRICS ocorrerá na Índia em 2026, onde foi simbolicamente passada a presidência ao líder da câmara baixa indiana, Om Birla. Ele ressaltou a evolução contínua do BRICS, que se consolidou como uma voz representativa do Sul Global, refletindo as aspirações e preocupações dos países em desenvolvimento.