A resposta das Forças Armadas venezuelanas foi clara. Em um pronunciamento oficial, a instituição qualificou o apelo de Uribe como um ato “aberrante”, ressaltando que promover uma guerra na América Latina é uma afronta à paz característica da região, marcada por um histórico de conflitos que se pensava superado. O comunicado enfatizou, ainda, que as Forças Armadas estão prontas para enfrentar qualquer ameaça à integridade nacional e não hesitarão em neutralizar forças armadas que desafiem a soberania do país.
O clima tenso entre os dois países se intensificou após a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato consecutivo, que ocorreu em uma eleição controversa, na qual ele recebeu aproximadamente 51,95% dos votos, contra 43,18% do candidato opositor Edmundo González, que contesta os resultados. A oposição venezuelana, por sua vez, divulgou documentos que sugerem que González teria vencido a disputa.
Nesse contexto, Maduro aproveitou a ocasião para disparar críticas contra Uribe, qualificando-o de “narcotraficante, assassino e covarde”, e reafirmando sua determinação em garantir a paz e a segurança da Venezuela. O retórica acirrada entre os dois líderes reflete a profunda polarização política na região, onde questões de legitimidade e soberania continuam a gerar tensões diplomáticas significativas.
O episódio evidencia não apenas a complexidade das relações entre Colômbia e Venezuela, mas também a fraqueza de um sistema internacional que, em vez de promover diálogo e resolução pacífica de conflitos, muitas vezes se vê dividido por interesses políticos e ideológicos. A situação permanece volátil e as repercussões da declaração de Uribe e a resposta de Caracas podem moldar os próximos capítulos das relações entre os dois países vizinhos.