Flávio Dino destaca poder de Elon Musk na política dos EUA e pede urgência na regulação das Big Techs em evento na Fiesp.



No contexto da crescente importância das tecnologias digitais na política contemporânea, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino abordou questões cruciais durante sua participação no evento Papo Supremo, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com foco em ética e inteligência artificial, Dino destacou a monetização da atenção dos usuários pelas plataformas digitais. “O tempo que navegamos é monetizado”, afirmou, ressaltando que o público se tornou o principal produto das gigantes da tecnologia.

Ele instou a refletir sobre o papel que as redes sociais desempenham na sociedade, enfatizando que não são espaços neutros, mas sim negócios orientados para o lucro, em que a interação dos usuários alimenta um ciclo financeiro perene. Em sua análise, o ministro citou a influência de Elon Musk, proprietário do X (antigo Twitter) e da Tesla, como um exemplo emblemático do poder das Big Techs na política. Dino assegurou: “Quem ganhou a eleição foi Elon Musk”, uma referência ao impacto que Musk teve no apoio ao ex-presidente Donald Trump nas eleições norte-americanas.

A relação entre liberdade de expressão e a necessidade de regulamentação foi outro ponto central de sua fala. Ele afirmou que a existência de regras não equivale a censura. “Não é verdade que existir regra significa negar a liberdade”, disse, argumentando que, em contextos sem normas, prevalece a dominação do mais forte.

Dino também abordou a urgência de legislações que regulamentem as Big Techs, destacando que o Marco Civil da Internet, em vigor desde 2014, é insuficiente para lidar com os desafios atuais. Ele mencionou que o Congresso Nacional tem um ritmo próprio para tratar desse tema e que o STF já está sendo chamado a interpretar as leis existentes, prevendo que novas deliberações sobre o assunto ocorrerão ainda em 2025.

Em resposta a possíveis especulações sobre a influência do calendário eleitoral nas atividades do STF, o ministro reafirmou a independência da Corte, sublinhando que todos os 11 ministros têm um compromisso inabalável com a justiça, independentemente de pressões políticas.

Com suas declarações, Flávio Dino não apenas destacou a complexidade das interações entre tecnologia e sociedade, mas também reiterou a necessidade de uma abordagem regulatória que considere a prevalência dos valores democráticos e a proteção dos cidadãos em um mundo cada vez mais digitalizado.

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