Mesmo ausente na cerimônia, Walter Salles foi representado por ninguém menos que Jorge Drexler, cantor uruguaio que colaborou com o diretor em “Diários de Motocicleta” (2005), filme pelo qual Drexler conquistou o Oscar de melhor canção original com “Al Otro Lado Del Rio”. Durante a premiação, Drexler leu uma mensagem escrita pelo diretor, na qual Salles dedicou a vitória ao cinema brasileiro, a Eunice Paiva e sua família, e às consagradas atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.
O cineasta expressou sua gratidão à Academia e a todos os acadêmicos pelo reconhecimento, ressaltando a importância do prêmio não apenas pela inédita indicação de um filme brasileiro, mas também pelo respeito e admiração que nutre pela cultura ibero-americana e pela cinematografia espanhola, desde os tempos de Buñuel. Salles emocionou-se ao ver Jorge Drexler representando-o, fortalecendo o vínculo entre os artistas.
“Ainda Estou Aqui” aborda a memória de uma família durante a ditadura militar no Brasil, conectando-se com a memória do país. Walter Salles dedicou a conquista ao cinema brasileiro como um todo, às figuras impactadas pela ditadura como Eunice Paiva e Marcelo Rubens Paiva, e às aclamadas atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. Além disso, agradeceu aos cineastas que o fizeram se apaixonar pela talentosa atriz Marisa Paredes.
O reconhecimento no prêmio Goya foi um marco para o cinema brasileiro, consolidando a presença e relevância da produção nacional no cenário internacional. A vitória de “Ainda Estou Aqui” representa não só um triunfo para a equipe envolvida no filme, mas também um reconhecimento à rica cultura cinematográfica ibero-americana.