A programação teve início às 14h, com um vibrante cortejo formado por tradicionais bandas de afoxé, que deram início a um dia repleto de homenagens e celebrações. Com o sol ainda a brilhar, os participantes foram envolvidos em ritmos contagiantes que evocavam a devoção e a história da cultura afro-brasileira. Um dos momentos mais esperados foi a apresentação do Ilê Axé Legionirê Nitó Xoroquê, que, por meio de um xirê, enalteceu a figura de Iemanjá.
À medida que a tarde avançava, a alegria tomou conta do espaço com as apresentações da samba de roda K’Posú Betá, que prestou uma merecida homenagem a Mãe Mirian, uma das personalidades mais respeitadas da cultura candomblecista, reconhecida como patrimônio vivo de Alagoas.
Myriel Neto, presidente da FMAC, destacou que a Festa das Águas não é apenas um evento festivo, mas um símbolo de respeito às tradições e à religiosidade afro-brasileira. Neto enfatizou a importância de oferecer à população e aos visitantes um espaço de celebração e reflexão sobre as raízes culturais.
À noite, a festa ganhou ainda mais intensidade com a presença do Grupo Coco dos Pretos e da consagrada banda Olodum. Com seus ritmos envolventes, as atrações garantiram que o público se deixasse levar pela música e dança, criando uma atmosfera de celebração em comunidade.
Luiz Costa, um dos participantes, ressaltou a relevância do evento para a resistência cultural e étnica na cidade. Ele afirmou que momentos como esse são fundamentais para reafirmar as vivências e a identidade da população negra, reafirmando a importância de se manter viva a cultura e a religiosidade afro-brasileira.
Assim, a Festa das Águas se consolidou mais uma vez como um espaço de celebração, resistência e união, fortalecendo não apenas a identidade de Maceió, mas também a rica diversidade cultural do Brasil.