Entretanto, essa visão contrasta com as análises do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que indicou que a alta dos preços dos alimentos deve continuar, justificando a elevação nas taxas de juros. O Copom atribui a pressão sobre os preços alimentares a fatores como a estiagem prolongada no ano anterior e o aumento significativo nos preços da carne. No entanto, Haddad citou relatos do setor agrícola que auguram uma safra robusta, o que, segundo ele, ajudará a estabilizar e possivelmente reduzir os preços.
Além de analisar a relação entre o dólar e a safra, o ministro também mencionou os planos do governo para cortar gastos públicos em R$ 30 bilhões, uma medida que ele acredita que ajudará a aliviar as pressões sobre as finanças. Essas ações visam proporcionar um ambiente mais favorável para a política monetária, que terá um papel crucial no controle da inflação.
Recentemente, o Boletim Focus, que reúne as expectativas do mercado financeiro, previu que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5,51% até o final deste ano, um aumento em relação à previsão anterior de 4,99%. Para os anos seguintes, a expectativa é de uma inflação de 4,28% em 2026, 3,9% em 2027 e 3,74% em 2028. Esses índices, embora ainda superiores à meta inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional, mostram uma potencial tendência de desaceleração em relação ao cenário atual.
A disputa entre as previsões otimistas de Haddad e as recomendações do Banco Central se desenrola em um contexto onde a inflação tem impactado fortemente o orçamento familiar, colocando pressão sobre o governo para encontrar um equilíbrio entre crescimento econômico e controle da inflação.