Federação Italiana de Boxe Rejeita Prêmio de US$ 50 Mil da Polêmica IBA



A Federação Italiana de Boxe recentemente trouxe à tona uma tomada de posição que promete gerar discussões importantes no cenário esportivo internacional. Em nota pública, a entidade declarou que recusará qualquer prêmio em dinheiro oferecido pela Associação Internacional de Boxe (IBA). O presidente da IBA, Umar Kremlev, havia anunciado a concessão de US$ 50 mil (equivalente a aproximadamente R$ 286,5 mil) à pugilista italiana Angela Carini, além de mais US$ 25 mil tanto para a Federação Italiana de Boxe quanto para o treinador de Carini.

A decisão do órgão italiano está diretamente relacionada aos eventos ocorridos recentemente nos Jogos de Paris. Carini optou por desistir de sua luta de estreia contra a argelina Imane Khelif após apenas 46 segundos de combate. A situação foi exacerbada por um episódio no Mundial de Boxe de 2023, também organizado pela IBA, onde tanto Khelif quanto a atleta taiwanesa Lin Yu-Ting foram desclassificadas após resultado positivo em testes de DNA. Kremlev justificou a desqualificação afirmando que ambas as competidoras possuíam cromossomos XY.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) já havia validado a elegibilidade de Khelif e Lin para participarem nas competições de Paris, permitindo que ambas competissem em torneios sob a tutela da IBA por um ano antes das controvérsias emergirem. O presidente do COI, Thomas Bach, foi enfático em sua posição, classificando os ataques às atletas como “totalmente inaceitáveis” e reiterando que o COI não iria se envolver em guerras culturais de cunho político.

Ainda não se sabe se Angela Carini ou seu treinador aceitarão os prêmios oferecidos pela IBA, mas a postura firmemente expressa pela Federação Italiana de Boxe, que se desvinculou da organização, coloca uma pressão significativa sobre qualquer decisão futura. Importante destacar que a IBA foi permanentemente banida pelo COI no ano passado, o que amplia a dimensão das tensões no mundo do boxe.

Além da postura firme da Federação Italiana, é notável que mais de 30 federações nacionais decidiram se afastar da IBA nos últimos dois anos. Essas federações se uniram para formar a World Boxing, um novo organismo que aspira substituir a IBA no próximo ciclo olímpico, buscando se alinhar mais eficientemente aos critérios e princípios do COI.

Essa situação não só suscita reflexões sobre a governança no esporte, mas também lança luz sobre as complexas dinâmicas políticas que frequentemente envolvem federações esportivas internacionais. A decisão da Federação Italiana de Boxe serve como um lembrete do papel crucial que a ética e a integridade devem desempenhar nos esportes, independentemente das pressões financeiras e políticas.

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