Família de vítima de feminicídio aguarda julgamento do ex-companheiro assassino na frente da filha no P Sul, em Ceilândia.



Há quase dois anos, a família de Izabel Aparecida Guimarães de Sousa aguarda por Justiça após a vendedora ter sido brutalmente assassinada com um tiro na testa, na frente de sua filha, pelo seu ex-companheiro Paulo Roberto Moreira Soares, no P Sul. O julgamento do caso está agendado para o dia 12 de dezembro no Fórum Desembargador José Manoel Coelho, em Ceilândia. Os familiares da vítima clamam por justiça e defendem a pena máxima para o feminicida.

O acusado do crime encontra-se detido preventivamente por feminicídio, mas para os parentes de Izabel, a demora no julgamento tem sido angustiante. Érika Tayná de Souza Nascimento, sobrinha da vítima e atuante como bombeira militar, enfermeira e professora, ressalta a ansiedade da família diante do processo judicial. Ela destaca a importância da condenação não apenas para buscar justiça para Izabel, mas também para coibir a onda de casos de feminicídio e violência contra mulheres no Distrito Federal.

A jovem enfatiza a necessidade do acusado ser responsabilizado pelo crime cometido e ressalta a dor vivenciada pela família diariamente. A espera pela condenação é descrita como uma ferida que é reaberta a cada dia que passa sem uma resolução justa. A dor da perda é agravada pela sensação de impunidade que assola a família desde a tragédia.

A filha de Izabel, que presenciou o assassinato da mãe, sofre as consequências do trauma e busca conforto de diversas formas, incluindo a tentativa de se comunicar com sua mãe falecida. A menina demonstra um profundo sentimento de saudade e recorre a gestos simbólicos para se conectar espiritualmente com sua mãe, como pedir um telescópio de presente de aniversário na esperança de vê-la nas estrelas.

Diante do cenário alarmante de feminicídios no Distrito Federal, a pesquisa de mestrado de Érika na Universidade de Brasília adquire ainda mais relevância. O estudo busca propor estratégias de acolhimento às vítimas de violência doméstica mais eficazes, visando quebrar o ciclo de agressões antes que culminem em feminicídios. Os dados apresentados pelo Painel dos Feminicídios da Secretaria de Segurança Pública evidenciam a urgência de medidas que garantam a segurança e a proteção das mulheres na sociedade.

Recentes casos de feminicídios no DF, como o de Bertha Victoria Kalva Soares e Mayanara Lopes Ribeiro, reforçam a importância de políticas mais severas para punir os autores dessas atrocidades. A sanção da lei que amplia as penas para os crimes de feminicídio representa um avanço significativo na luta contra a violência de gênero e na busca por justiça para as vítimas e suas famílias.

No Brasil, a sensação de impunidade que paira sobre os casos de feminicídio clama por mudanças estruturais no sistema judicial. A condenação de Paulo Roberto Moreira Soares é aguardada não apenas como um ato de reparação para a família de Izabel, mas também como um exemplo de que a violência contra as mulheres não será tolerada e que a Justiça prevalecerá. A sociedade clama por uma resposta efetiva diante da epidemia de feminicídios, e a condenação do criminoso é um passo fundamental nesse caminho rumo à justiça e à igualdade de gênero.

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