Essa notícia exclusiva foi apurada pela jornalista Mirelle Pinheiro, do portal Metrópoles. O acordo entre as facções, que vem sendo costurado desde o ano passado, tem o potencial de transformar não só o cenário de violência dentro dos presídios, mas também nas ruas, reduzindo os confrontos entre os grupos rivais.
A reaproximação entre PCC e CV tem um motivo claro: a cúpula de ambas as organizações está atualmente sob o regime das penitenciárias federais de segurança máxima. Lá, não há visitas íntimas e os contatos com advogados e familiares são extremamente restritos. Isso fez com que os chefes do crime organizado perdessem a capacidade de comunicação direta com suas redes criminosas.
Como resposta a essas restrições, advogados das facções passaram a atuar como intermediários entre os criminosos detidos, articulando estratégias conjuntas para pressionar o governo por mudanças. Conversas codificadas e movimentações suspeitas já foram captadas, o que indica uma forte mobilização para enfraquecer as restrições impostas pelo sistema penitenciário federal.
A possível aliança entre PCC e CV poderá reorganizar o tráfico de drogas, com as facções dividindo áreas de influência em vez de disputá-las com violência. Além disso, o pacto abre espaço para novos acordos de cooperação no mercado ilegal de drogas, armas e lavagem de dinheiro.
O histórico de rivalidade entre as duas facções remonta a 2016, quando uma disputa interna levou a um rompimento definitivo. Desde então, massacres, atentados e confrontos territoriais têm ocorrido por todo o país. Com a possível trégua, o cenário do crime organizado no Brasil pode passar por mudanças significativas.