Facção PCC tenta infiltrar candidatos nas eleições municipais de 2024, revela Operação Decurio, resultando em prisões e bloqueio de bilhões.



 

As investigações apontam que o Primeiro Comando da Capital (PCC) está tentando se infiltrar nas eleições municipais de 2024, lançando candidatos a cargos políticos. A informação foi revelada após interceptações telefônicas que culminaram na Operação Decurio, deflagrada pela Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes, da Polícia Civil de São Paulo, na terça-feira, dia 6. O núcleo político do PCC é liderado por J. G. de M. Y., um dos maiores responsáveis pela lavagem de dinheiro da facção criminosa. Y. teve sua prisão decretada pela Justiça.

A Operação Decurio teve como alvo dois candidatos a vereador: um de Mogi das Cruzes pelo União Brasil e outro de Santo André pelo PSD. Ambos foram submetidos a medidas restritivas, não podendo se ausentar de suas comarcas, devendo se recolher em casa à noite e estando proibidos de exercer qualquer função pública.

J. G. Y. é descrito como articulador do grupo e interlocutor de F. L. M., que é casada com A. M., um integrante do PCC preso em Avaré. F. transmitia ordens dos membros presos para os que estão em liberdade. A polícia descobriu que Y., junto com três outros acusados, gerenciavam um esquema de lavagem de dinheiro originado do tráfico de drogas, movimentando recursos ilícitos para financiar campanhas eleitorais.

Entre os três outros acusados está K. C. P. de O , companheira de M. B. da S., conhecido como “Beiço de Mula”, uma liderança do PCC no ABC. K. é funcionária comissionada na Prefeitura de São Bernardo do Campo, o que indica uma possível influência do PCC na administração pública local. Em suas contas, Beiço de Mula teria recebido mais de um milhão de reais.

Outra figura identificada é M. S. O., possível candidata a vereadora em Mogi das Cruzes, apoiada pela facção. M. é mãe de M. O., empresária proibida de exercer atividades e de deixar a comarca sem autorização judicial. M. é dona do 4., ligado ao esquema de lavagem de dinheiro, que movimentou mais de 100 milhões de reais durante o período investigado.

T. R. de P., outro suspeito, é citado como candidato a vereador em Santo André, com ligações estreitas com lideranças do PCC. Ele é acusado de movimentar valores ilícitos através da empresa 4.. Foi identificado na ata do PSD e chegou à terceira suplência do partido em 2020.

Além do núcleo político, a investigação também revelou outros quatro núcleos do PCC. O inquérito começou com a prisão de F. M. há um ano, suspeita de guardar 30 quilos de drogas. A operação resultou no bloqueio de 8,1 bilhões de reais em bens relacionados ao PCC, a maior medida de sequestro já decretada contra o grupo. Até agora, 22 prisões temporárias e 55 mandados de busca e apreensão foram expedidos, resultando na prisão de 13 pessoas, incluindo o advogado A. H. S..

A investigação também destaca o envolvimento de advogados, como G. N. do P. R., chefe do setor de comunicação do PCC com presos. Seis advogados foram proibidos de entrar em penitenciárias enquanto durar a apuração.

Por fim, a operação também prendeu J. da C. C. X., ligada ao PT, sob a acusação de fazer parte do grupo liderado por Leonardo Monteiro Moja, chefe do PCC na região central de São Paulo. O PT afirmou que Janaína não teve atividades no partido após as eleições de 2020.

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