Facção criminosa PCC expande atuação para diversos setores econômicos e órgãos públicos, revelam investigações do MP e Polícia.



Novas ramificações do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram descobertas em diversas esferas da sociedade após uma série de operações desencadeadas nos últimos meses. Revelações feitas por investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP), Polícia Civil e Polícia Federal apontam para a sofisticação dos métodos de lavagem de dinheiro utilizados pela facção criminosa.

Fintechs, empresas de ônibus, fundos de criptomoedas e até o mundo do futebol estão entre os setores envolvidos nas práticas ilícitas do PCC. Uma das investigações em curso é a que apura a morte do corretor de imóveis Vinícius Girtzbach, assassinado no Aeroporto de Guarulhos. Girtzbach teria lavado dinheiro para os chefões do tráfico por meio da compra e venda de imóveis, além de investir US$ 100 milhões do PCC em criptomoedas.

A delação do corretor implicou policiais civis suspeitos de corrupção, bem como empresários do ramo do futebol. A Operação Munditia e a Operação Fim da Linha expuseram como a facção criminosa se infiltrou em empresas com contratos públicos para lavar o dinheiro do crime. Vereadores de diversas cidades foram presos por envolvimento nesses esquemas.

No setor da construção civil, a empresa Porte Engenharia e Urbanismo está sendo investigada por vender imóveis para traficantes do PCC. Executivos da empresa teriam recebido pagamentos em dinheiro em espécie e sabiam de registros de bens com propriedade oculta.

O uso de criptomoedas também aparece nas investigações, com destaque para Anselmo Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e a negociação de investimentos em bitcoins com Vinícius Girtzbach. A morte de Cara Preta e a ameaça de morte ao corretor de imóveis revelam a violência e a pressão exercida pela facção criminosa.

Empresas de agenciamento de jogadores de futebol também estão sob investigação, com suspeitas de lavagem de dinheiro para o PCC. As empresas envolvidas representam ou representaram jogadores de renome no futebol brasileiro e internacional.

A atuação do PCC em contratos públicos também foi exposta, com a fraude em licitações sendo utilizada como forma de desviar dinheiro e lavar recursos do tráfico. A participação da facção criminosa envolveu associação com empresários corruptos e agentes públicos.

A Operação Fim da Linha revelou como o PCC movimentava milhões de reais através de subsídios da Prefeitura de São Paulo para empresas de ônibus. O dinheiro obtido ilegalmente era direcionado para investimentos em empresas patrimoniais e revendedoras de veículos de luxo.

A prisão de vários envolvidos e a exposição dos métodos empregados pelo PCC para lavar dinheiro e expandir seus tentáculos em setores diversos da sociedade demonstram a complexidade e abrangência das atividades criminosas da facção. A atuação das autoridades no combate a essas práticas ilegais representa um esforço contínuo para desmantelar a estrutura criminosa e garantir a segurança e a ordem pública.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo