Fintechs, empresas de ônibus, fundos de criptomoedas e até o mundo do futebol estão entre os setores envolvidos nas práticas ilícitas do PCC. Uma das investigações em curso é a que apura a morte do corretor de imóveis Vinícius Girtzbach, assassinado no Aeroporto de Guarulhos. Girtzbach teria lavado dinheiro para os chefões do tráfico por meio da compra e venda de imóveis, além de investir US$ 100 milhões do PCC em criptomoedas.
A delação do corretor implicou policiais civis suspeitos de corrupção, bem como empresários do ramo do futebol. A Operação Munditia e a Operação Fim da Linha expuseram como a facção criminosa se infiltrou em empresas com contratos públicos para lavar o dinheiro do crime. Vereadores de diversas cidades foram presos por envolvimento nesses esquemas.
No setor da construção civil, a empresa Porte Engenharia e Urbanismo está sendo investigada por vender imóveis para traficantes do PCC. Executivos da empresa teriam recebido pagamentos em dinheiro em espécie e sabiam de registros de bens com propriedade oculta.
O uso de criptomoedas também aparece nas investigações, com destaque para Anselmo Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e a negociação de investimentos em bitcoins com Vinícius Girtzbach. A morte de Cara Preta e a ameaça de morte ao corretor de imóveis revelam a violência e a pressão exercida pela facção criminosa.
Empresas de agenciamento de jogadores de futebol também estão sob investigação, com suspeitas de lavagem de dinheiro para o PCC. As empresas envolvidas representam ou representaram jogadores de renome no futebol brasileiro e internacional.
A atuação do PCC em contratos públicos também foi exposta, com a fraude em licitações sendo utilizada como forma de desviar dinheiro e lavar recursos do tráfico. A participação da facção criminosa envolveu associação com empresários corruptos e agentes públicos.
A Operação Fim da Linha revelou como o PCC movimentava milhões de reais através de subsídios da Prefeitura de São Paulo para empresas de ônibus. O dinheiro obtido ilegalmente era direcionado para investimentos em empresas patrimoniais e revendedoras de veículos de luxo.
A prisão de vários envolvidos e a exposição dos métodos empregados pelo PCC para lavar dinheiro e expandir seus tentáculos em setores diversos da sociedade demonstram a complexidade e abrangência das atividades criminosas da facção. A atuação das autoridades no combate a essas práticas ilegais representa um esforço contínuo para desmantelar a estrutura criminosa e garantir a segurança e a ordem pública.